o poeta, na feitura do seu verso
tem tremores, e sua, e se enregela!
difere do pintor de uma aquarela
que não cuida de ofício tão perverso!
aquele quando busca o universo
da poética a rima mais singela
esta foge veloz como a gazela
e o poema toma um rumo tão diverso
este aqui, que não quis a poesia
não sabe do sofrer que sofreria
se das cores se fosse pela lira
pois o poeta é o mártir dos horrores
e vive assinalado pelas dores
que a poesia maltrata quando inspira
R. B. Sotero
do seu livro "Rosa-dos-ventos e outras rosas"
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