terça-feira, 16 de março de 2010
A Influência da Intercessão
Vez por outra, em minhas reflexões, me questiono se alguém está orando por mim. Às vezes, sinto isso ao acordar pensando em uma canção sem qualquer motivo aparente. Em outros momentos, percebo a presença e a bondade de Deus inesperadamente surgindo em minha vida.
Em tais momentos surpreendo-me por eles desconcertarem os meus sentimentos. Em parte sinto-me grato por pensar que alguém intercede por mim. Por outro lado, posso sentir-me desanimado. Se outra pessoa pode influenciar os meus mais profundos pensamentos apelando aos céus em meu favor, eu me questiono, o quanto de mim está sendo moldado pela oração dos outros?
A inquietação escondida em minha pergunta lembra-me como somos propensos a esquecer a interação existente entre as nossas próprias escolhas e as intercessões de outros por nós. De acordo com a Bíblia…
Nosso crescimento e saúde espiritual não dependem somente de nós. O apóstolo Paulo afirmou isto ao dizer aos seguidores de Cristo que ele estava orando para que o Senhor abrisse os olhos dos seus corações, possibilitando-os crescer em seu conhecimento de Deus e a perceber o quanto ele os amava (Efésios 3:14-21; Colossenses 1:9-11).
Paulo acreditava — como confirmam as Escrituras, que o nosso crescimento espiritual pode ocorrer através das orações de outros em nosso favor.
Nosso crescimento e saúde espiritual também dependem da maneira como reagimos quando Deus responde às orações que outros fizeram por nós. Apesar do mistério de como Deus responde a estas orações nos fazer questionar sobre quem está controlando as nossas vidas, não precisamos nos preocupar com isso, mesmo que a nossa percepção seja alterada pelo resultado da intercessão de outros — ainda temos o direito de escolher.
Isto quer dizer que aceito pacificamente a oração intercessória? Gostaria de dizer que sim. No entanto, se a oração intercessória é tão importante, nem quero lembrar quantas vezes deixei de cumprir minhas promessas de orar pelos outros. E quando orei continuamente por aqueles que realmente amo — sem resultados visíveis — me questiono o porquê de minhas orações serem incapazes de tocar o coração de Deus.
Se as nossas orações pelos outros parecem não fazer diferença em suas vidas — significa que estamos desperdiçando nosso tempo? Veja as respostas que encontrei.
De acordo com a Bíblia, intercessão é…
Uma oportunidade para demonstrarmos nossa fé. Quando percebemos que Deus não está respondendo as nossas orações pelos outros, enfrentamos uma escolha importante: desistir de Deus ou usar a ausência de uma resposta visível para testar nossa confiança naquele que nos incita a orar continuamente uns pelos outros.
Deus considera nossa fé mais preciosa do que o ouro (1 Pedro 1:7). Sua decisão de não conceder tudo que lhe pedimos imediatamente, nos dá uma oportunidade importante e imensurável para confiarmos nele.
Uma prioridade de amor. A nossa preocupação pelos outros algumas vezes faz-nos sentir o desamparo. Lamentamos que podemos somente orar. No entanto, ao considerarmos a intercessão como último recurso, podemos estar desvalorizando uma das maneiras mais importantes de demonstrar o verdadeiro amor.
Se aceitarmos a visão neotestamentária de que a oração é uma maneira de demonstrar nosso amor (Colossenses 4:12-13), então interceder uns pelos outros é uma das ações mais urgentes que podemos praticar.
Um compromisso de nossa interdependência. Quando oramos uns pelos outros seguimos o exemplo do apóstolo Paulo. Ele pediu que os leitores de suas cartas orassem por ele (Romanos 15:30-32), da mesma forma que pediu ao Pai Celestial para abrir os olhos espirituais daquele por quem ele estava orando (Efésios 3:14-21).
O exercício da paciência. Orar uns pelos outros sem resultados visíveis pode causar desânimo e provocar a desistência. Quando não vemos as respostas vindas de Deus, somos propensos a concluir que se Ele fosse responder nossas orações, a estas alturas já as teria respondido. Porém, a paciência é uma das dimensões mais importantes da oração intercessória. Ao orarmos diligentemente para que Deus dê graça àqueles que amamos para esperarem nele, compartilhamos da mesma paciência que alicerça e enriquece profundamente o coração daqueles que têm fé (Romanos 5:3-4; Hebreus 11:1-2,13-16).
Ajudamos uns aos outros a preservar a sua confiança em Deus através da prática constante da intercessão. Ao exercitarmos a paciência através da oração, nos posicionamos ao lado dos incontáveis que esperam no Senhor já descobriram, “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Salmo 30:5).
Um compartilhar da esperança. Se já experimentamos a bondade e a sabedoria divina, a intercessão pode ser uma maneira de ajudarmos uns aos outros a voarmos juntos nas asas da esperança.
Poucas coisas são mais importantes do que experimentar, em meio aos problemas e no decorrer dos tempos, a confiante expectativa de que Deus mostrará que Ele merece nossa confiança.
Por ser esta esperança um dos itens centrais da Bíblia, o apóstolo Paulo poderia escrever “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Romanos 15:4). Com a mesma importância, Paulo prosseguiu demonstrando que o Deus a quem oramos é a fonte da nossa esperança. Dessa maneira ele escreveu em forma de oração: “E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo” (Romanos 15:13).
Pai Celestial, pela Tua Palavra reconhecemos que o Teu Filho e Espírito já estão intercedendo em nosso favor (Romanos 8:26; Hebreus 7:24-25). Neste momento pedimos Tua ajuda para juntarmo-nos a Eles na prática daquilo que o Senhor nos convidou a fazer (1 Timóteo 2:1). Por favor, eleva as expectativas de nossos corações pela Tua capacidade em ajudar aqueles que nos são queridos… quando ajoelharmos uns pelos outros.
Mart De Haan
publicado no site www.ministeriorbc.org. do devocionário nosso andar diário
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