domingo, 4 de abril de 2010

Soneto do Lobo



Calou-se a voz, um corvo adormeceu,
O grito em soslaio vagou no mal-tempo,
Andou pelas nuvens, e o falso cresceu.
Porém de cansaço, fracasso em fracasso, o medo venceu.



Razões semióticas, a voz que se viu,
Caprichos danosos, ações violentas
Dum lobo farsante que a pele caiu,
Manobras vultosas com fábulas e lendas.



Ruiu o deserto que oásis vestiu
Sem lenços, sem casos, sem dores partiu
Caminha sozinho; os grãos semeou



Colhendo hoje os grãos que ontem plantou.
Sem fim o caminho: distância de anil
Se antes gazulo, hoje pássaro do vício, carnívoro, vermil.


Francisco Assis Costa

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