terça-feira, 25 de maio de 2010
Ansiedade
O corre-corre faz parte do nosso dia a dia. Nós temos pressa, não podemos esperar, na fila do banco, no supermercado, no ponto de ônibus, no aeroporto etc. Vivemos na era tecnológica. Apertamos um botão e queremos que as coisas aconteçam.
De alguma forma, todos nós somos vítimas dessa correria desenfreada. Neste mundo competitivo que vivemos, para ganhar a concorrência, alguns serviços oferecem rapidez e segurança. Alguns anos atrás, se você precisasse de uma comunicação urgente com alguém, precisaria ir até uma agencia dos correios e passar um telegrama (meio de comunicação desconhecido pelos mais jovens). Hoje, temos telefones móveis e fixos em quase todos os lugares, a internet proporciona conexão com praticamente todos os países do mundo. Mas mesmo com toda tecnologia disponível, esses serviços não são 100% eficientes. Todos estes meios de comunicação podem falhar.
Há algumas semanas atrás, passamos momentos angustiantes justamente porque um desses meios falhou. Eu recorri ao sedex, para fazer chegar até a faculdade em que o meu esposo estuda, documentos importantes para a sua conclusão de curso. Infelizmente o serviço foi falho, algo que deveria chegar em 48 horas demorou vários dias.
Nós passamos por momentos angustiantes tentando localizar a encomenda, nos sentimos totalmente desamparados, só tínhamos opções de falar com atendentes e registrar ocorrências, nada que nos desse uma posição mais confortante sobre o paradeiro da correspondência. Rastreamos, ligamos, reivindicamos os nossos direitos, mas nada resolveu o nosso problema.
A nossa inquietação e ansiedade aguardando esta correspondência chegar ao seu destino me levou a refletir na volta de Jesus. A nossa expectativa em torno da volta de Jesus é tão real quanto à expectativa que vivemos esperando a chegada daqueles documentos ao seu destino? Quantas noites mal dormidas eu passei preocupada com a volta de Jesus, ansiosa, em contribuir para que o evangelho alcance a todos e Jesus possa voltar? Estamos usando todos os meios disponíveis, para rastrear as evidencias que temos na Bíblia e no Espírito de Profecia? Estamos atentos aos acontecimentos que apontam para a Sua volta? Lembrando que existe um meio de comunicação infalível (a oração, o estudo da bíblia), temos mantido uma comunicação livre de ruídos e interferências com aquEle que sabe todas as coisas e nunca nos deixa sem resposta?
Após refletir por algum tempo, cheguei a um triste e preocupante diagnóstico, ainda estou mais ansiosa pelas coisas da Terra do que pelas coisas do céu. E você? Concluí, que preciso urgentemente mudar esta realidade na minha vida. Do contrario, corro o risco de fazer parte do grupo das virgens loucas, ou me encontrar na mesma situação do rei Amazias (II Cron. 25:2) – fazer o que é reto perante o Senhor; não, porém, com inteireza de coração. Como Amazias, posso estar fazendo a coisa certa pelo motivo errado. Percebo o quanto sou carente da graça de Deus.
Ser um membro batizado, ter o meu nome no livro da igreja, participar de suas programações, cumprir com minhas obrigações, não é o suficiente. Na parábola, as dez virgens pareciam exatamente iguais, até mesmo em seus propósitos. Mas, quando houve o imprevisível atraso do noivo, ficou evidente a diferença entre os dois grupos. Cinco tinham azeite de reserva e cinco não.
Na bíblia nós temos dois exemplos que refletem bem a realidade desses dois grupos. Jó tinha azeite de reserva, assim não fracassou diante da provação. Saú, não fez reserva e fracassou.
Precisamos aprender a andar com Deus, como Enoque andou, sonhar mais com as coisas do céu. Quanto mais o céu estiver em nossa vida, menos cobiçaremos a Terra. Que Deus nos abençoe.
Karyne M. Lira Correia
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