segunda-feira, 17 de maio de 2010
CHICO DE CHICO
Eita! Como aqui tem Chico
Nesse meu sertão central!
Chico pobre, Chico rico,
Chico bom e Chico mau.
Tem Chico pé de chulé
Tem Chico no Canindé
E Chico mão de abacate
Chico boca de suvaco
Chico cara de tabaco
Chico perna de alicate
É Chico no singular
Chico também no plural
Chico no verbo chicar
Chico fazendo o mobral
Tem Chico substantivo,
Chico no subjuntivo
E tem Chico anafalbeto
Tem Chico vai-mas-não-vai,
Chico Primo, Chico pai,
Chico Junior e Chico Neto
Chico tirador de coco
Chico do chapéu virado
Chico arrancador de toco
Chico do ovo amassado
Chico que vem e que vai
Chico que entra e que sai
Chico de noite e de dia
Chico abaixo, Chico arriba,
Que nem Zé na Paraíba
Pense, numa chicaria!
Quando Chico de Zé Chico
Juntou-se com Imaculada
Com dois meses de fuxico
Já deixou ela embuchada
O bucho foi aumentando
Chico foi logo comprando
Fralda, mamadeira e bico,
Depois gritou rua abaixo:
- Se nascer menino macho,
O nome tem que ser Chico!
Chico viu que a companheira
Já sentia contração
Mandou chamar a parteira
E foi entrando em ação
Encheu o quarto de santo
Pra ninguém botar quebranto
Na hora do nascimento
Plantou peão no terreiro
Fez promessa em Juazeiro
Pra proteger o rebento
Chiquim quando foi nascer
Botou o maior boneco
Fez logo o avô correr
E o pai sentiu um treco
Quando a mãe lhe parir
Inventou de não sair
Batendo os pés na parteira
Nasceu somente com um ovo
Quando foi no ano novo
Quebrou num pau da porteira
Chico quando adolescente
Já era um Chico bem dado
Um Chico todo pra frente
Um Chico Achicolatado
Era um Chico bem chique
Chico que dava chilique
Quando via Chiquitita
Quando botou silicone
Cismou de mudar o nome
De Chico pra Chiquita
Chico feito vedete
Chico meio achicalhado
Chico assim feito chiclete
Depois de bem mastigado
Um Chico quase de mola
Um Chico quase Chicola
No balançar da poupança
Chico cheio de trejeito
Merecendo ser eleito
Presidente da chicança
O pai de Chico dizia:
- Meu Chico vai ser dentista
Mas o que Chico queria
Era ser um estilista
Montou um ateliê
Com o nome “Chevaliê”
Deixando o pai com desgosto
A mãe muito inconformada
Dizia: - É coisa botada
Meu Chico tá com encosto
Quando uma moça
Pra mexer no adormecido
Chico Neto se zangava
E falava aborrecido:
- Por favor, me deixe em paz.
Procure outro rapaz
Que não sou de mexerico
Xodó pra mim é perdido
Não possuo os possuído
Não posso nem fazer CHICO.
Mundim do Vale
*gravura é Chico Bento personagem infantil do meu amigo maurício de Sousa, não tem nada haver com o poema só coloquei porque é Chico para o poema não ficar sem gravuras abraços.
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