quando eu era criança tinha medo,
da tristeza das cruzes dos caminhos,
da palidez das flores, dos espinhos,
que aos seus pés completavam seu degredo.
Lia nelas a dor, lia o seu segredo,
das coisas desprezadas, sem carinhos,
de uma vida passada em desalinhos,
de ilusões que morressem sempre cedo.
velhas cruzes cinzentas, esquecidas,
no caminho da vida tantas vidas,
como as tuas vidas tristes imagino.
a minha sorte é igual a tua sorte,
na tristeza da vida espero a morte,
para ligar o meu ao teu destino.
Raimundo Otoni Filho
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