quarta-feira, 28 de julho de 2010
A HORA DO MISERÁVEL
Desde o tempo de menino
Gosto de xote e de baião
Adoro trio nordestino
Dominguinhos e Gonzagão
Certa vez aconteceu
Antonio Rolim promoveu
Um show com Luiz Gonzaga
Pra mim era novidade
Eu tive muita vontade
Mas a entrada era paga
Procurei fazer favor
Pra garantir o acesso
Fui lixeiro e varredor
Mas não ganhei o ingresso
Antonio Rolim prometeu
Mas depois ele esqueceu
O que me disse no dia
Que na hora que eu chegasse
Se ele não se encontrasse
Deixava na portaria
Quando eu cheguei na entrada
O porteiro olhou pra mim
Mas ele não disse nada
Nem eu vi Antonio Rolim
Eu voltei contrariado
Bastante desconfiado
Que ali não ia entrar
Cada vez que eu olhava
O porteiro nem ligava
Eu tinha que recuar
Quando foi de madrugada
Já quase no fim do show
As duas grades da entrada
O porteiro escancarou
A HORA DO MISERÁVEL
Que o vigia muito amável
Deixou todo mundo entrar
Eu pensei: - agora eu entro
Vou assistir lá dentro
Esta festa terminar
Mesmo assim fui com cuidado
Temendo decepção
Todo mundo tinha entrado
Eu me escorei no portão
Olhando sempre pra fora
Já pensando em ir embora
quando o Porteiro falou:
- Tu pode entrar Raimundim
Que o Patrão Antonio Rolim
Desde cedo autorizou.
Mundim Do Vale
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