segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Canto de Estiagem
Agudo manifesto de um canto,
Silêncio de um sertão imensurável,
Desinquieta seriema em desencanto
Discutindo em sua canção singela
Os limites e a distância ao Cariri,
Em caminho por teu coração;
Clamando por uma paz maior que tudo.
Seu argumento é a magia de outrora
E mais um sonho exclusivo e silencioso
Passeando pela conivência das árvores,
Ansiando por ecoar na saudade de teus olhos.
Faz dezessete mil planos translúcidos
Para tomar embora posse do sertão.
Felicidade impressa em cópia bela?
Não seja este verão tão redundante!
Ele usa argumentos ilusórios!
Canta, seriema, que a vida é sentir
Porque sentir assim é viver duas vezes.
Esse silêncio é bege sonho sertanejo
De um calor para esvair as aflições.
Trarão a paz que requeri de antemão
Talvez a ave, a secura desse chão;
E a repetição insistente desse som
Me convençam da saudade uma ilusão.
Afigura-me a paz de outro mundo,
A seriema, a vida, o desencanto;
Uma canção para ecoar na imensidão.
Hilário Francelino
do blog www.hilariopoesias.blogspot.com
Este é tipicamente caririense, obrigado pela consideração, grande abraço,
ResponderExcluirHilário Francelino