sábado, 18 de setembro de 2010
Pela janela...
Pela janela que sozinha se abre
para as manhãs e para a vida adiante
meus olhos sem querer caminham
e passam a contemplar a vida
e o que resta da vida na solidão do instante
quando eu amava e era amado
compreendia o amor e era compreendido
as portas e as janelas se abriam
pelo impulso da felicidade existente
e a casa era a alegria do mundo lá fora estendido
as palavras morreram no dia que faltou o beijo
e o silêncio de dois se consumou em mim
pois a porta se abriu pela última vez
para que partisse sem jamais retornar
o amor de sempre e que era sem fim
e vem a manhã me forçando a vê-la
como se as belezas aplacassem a dor
afastassem o sofrimento que fez moradia
e dissesse que há esperança na estrada adiante
trazendo de volta a face do amor.
Rangel Alves da Costa
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