sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Bonito
Assisto ao nascer do sol por detrás das palmeiras.
É uma das suas manifestações primeiras.
Sem grandes preliminares,
Vai empurrando as nuvens carregadas,
Tão pouco desejadas,
Pelos raios solares.
Alguns flancos resistem
E insistem,
Formando uma espécie de prenda,
Em forma de renda,
Com as folhas da palmeira.
- Celestial brincadeira –
O cinza, birrento,
Finge que vai,
Mas não sai.
Feito marido ciumento...
Os embates vão se sucedendo,
Artisticamente se desenvolvendo.
Aqui embaixo o mangue assiste a tudo,
Num respeito profundo.
Limita-se a servir de palco,
Para o espetáculo do alto.
O verde está exuberante,
Pelas chuvas constantes.
A temperatura segue oscilando,
Enquanto o sol continua lutando,
Pelo seu lugar de direito,
Vai dando um jeito,
Esticando-se,
Espalhando-se...
As nuvens cansadas,
Começam a se mostrar desgastadas.
Já se mostram esbranquiçadas
E, um tanto espaçadas.
Tenho a impressão,
Que vai durar o dia todo, essa questão.
Um espetacular empate técnico,
Feito um acordo étnico!
Vai depender do vento,
Esse encantado alento,
Com seu movimento,
A cada momento,
Definir o colorido,
Pelo dia, escolhido.
Seja qual for, estou certo que será bonito!
Claudio Poeta
Publicado no Recanto das Letras em 12/11/2010
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