Geraldo Amâncio
A natureza tem raça
E o seu mistério eu não nego
Dizem que o morcego é cego
E eu fico é achando graça!
Ele não tem vista e passa
Em toda brecha apertada
Não cai, não leva topada,
Não peita em porta nem mesa
Que a suprema natureza
Precisa ser respeitada
Oliveira de Panelas
O rio é para correr
A fonte é para jorrar
O pássaro é para cantar
A semente é para nascer
O fruto é para crescer
E a terra é pra ser plantada
O peixe é pra ter morada
Nas águas da correnteza
Que a divina natureza
É para ser respeitada
Geraldo Amâncio
E o pato não sente stress
Bebe água quente um bocado
Não morre nem adoece!
Pato nadando parece
Uma canoa deitada
Não tem remo, não tem nada,
Mas atravessa a represa,
A divina natureza
Precisa ser respeitada
Oliveira de Panelas
Quando a floresta é ferida
Bicho treme, bicho corre,
Falta à água o bicho morre,
Tem vida, mas pede vida!
Fica a água poluída
E o homem de mão armada
Fica jogando pedrada
Em quem fez tanta grandeza
A suprema natureza
Precisa ser respeitada
Geraldo Amâncio
E o cavalo é feito um louco
Pra fazer gosto ao vaqueiro
Pois passa por formigueiro
Na rédea levando soco
Pisa pedra, pisa toco,
Mas não sofre uma estrepada
Não usa bota engraxada
Nem sandália japonesa
Que a divina natureza
Precisa ser respeitada.
Geraldo Amâncio e Oliveira de Panelas
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