sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

AREIAS DO PASSADO


É noite alta de muita calma e muito frio
O silêncio no quarto impele o pensamento
A divagar saudoso no enorme vazio
Ante à singeleza do singular momento

Vem à lembrança dura saudade que expio
De um sonho bom vivido com deslumbramento
Ao recordar a cálida noite de estio
Em que ela me fizera um firme juramento.

Quando as areias movediças do passado
Vão se misturando às agruras do presente
Inebriando o meu ser há muito torturado

É que me indago se por acaso ela sente
A dor que inda trago no peito amargurado
Desde quando me abandonou tão cruelmente

Alceli Sobreira

do seu livro Folhas ao vento

Nenhum comentário:

Postar um comentário