quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Quando amar era...


Sou dum tempo
que é tempo de hoje
e do tempo distante
pois no amor não há tempo
no tempo constante
quando o beijo
era soprado com a mão
e viajava no vento
e chegava no lábio
já feito paixão
quando a palavra te amo
expressava a razão
de um querer de verdade
fruto do coração
que era exigente
que sabia querer
calava no impossível
sabia sofrer
e esperava do amor
o momento de amar
sem pular no vazio
para não machucar

sou dum tempo
que é tempo de ontem
e tempo de hoje
do mesmo tempo
do tempo que é seu
do tempo que ainda temos
e que não será
nenhum tempo perdido
se ainda há tempo de amar.


Rangel Alves da Costa
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

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