terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Uma folha de caderno


Quando o amor lhe solapa os alicerces,
À qualquer sobra agarra-se.
Uma réstia da parca esperança
é tudo o que lhe está ao alcance.

Encara-te a si mesmo no espelho...
O futuro é deveras incerto.
Mas ele espeta-lhe com a insolência e a prepotência de um
cego: o destino.

Nada é mais eficaz
a um amor débil e capenga.
Às cambaleadas vacilantes,
uma brisa acanhada faz-se o bastante.

Este coração que vos fala,
Das mazelas do amor desencabaçara.
Ferida terrível que nele faz vitalícia morada.

Pobre é o homem que se vê derrotado.
Derradeira Volúpia Humana,
que subjuga um amor tão dedicado.

Encontra ele pulsos elétricos em fonte intermitente.
Mas, dos milagres de Deus, provalvelmente,
este era o que lhe parecia mais verossímil.

Amigos agora?
apunhála-o pelas costas.
Não o compreende, papalvo:
duas forças concorrentes;
mas à dor da distância, a amizade lhe é suficiente.

Incorruptível, convence-se inconsciente do incurável.
Doce morfina da razão.
Extrái-lhe à última gota,
em busca de um efeito prolongado.

Inefáveis são os mistérios da nossa mente.
Quando somente na ausência compreende
quem sempre nutriu-lhe eugênico amor.

Dos arrependimentos,
demasiados são os casos.
Mas apenas um vos relato:
ter sido ausente relapso.

Quero que saiba:
mesmo que as nuvens ao chão deságüem
e as estrelas do céu desabem.
para sempre será o meu amor que te espera.

POR JORGE (MARRAUS)

http://canasebatatadoce.blogspot.com/

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