quinta-feira, 31 de março de 2011

DIFÍCIL PROBLEMA ...


Um grande sábio possuía três filhos jovens, inteligentes e consagrados à sabedoria.

Em certa manhã, eles altercavam a propósito do obstáculo mais difícil de vencer no grande caminho da vida.

No auge da discussão, prevendo talvez conseqüências desagradáveis,

o genitor benevolente chamou-os a si e
confiou-lhes curiosa tarefa.

Iriam os três ao palácio governante, conduzindo algumas dádivas que muito lhes honraria o espírito de cordialidade e gentileza.

O primeiro seria o portador de rico vaso de argila preciosa.

O segundo levaria uma corça rara.

O terceiro transportaria um bolo primoroso da família.

O trio fraterno recebeu a missão com entusiástica promessa de serviço para a pequena viagem de três milhas;

no entanto, a meio do caminho, principiaram a discutir.

O depositário do vaso não concordou com a maneira pela qual o irmão puxava a corça delicada, e o responsável pelo animal dava instruções ao carregador do bolo, a fim de que não tropeçasse, perdendo o manjar:

este último aconselhava o portador do vaso valioso, para que não caísse.

O pequeno séquito seguia, estrada afora, dificilmente,

entretanto cada viajante permanecia atento a obrigações que diziam respeito aos outros, através de observações acaloradas e incessantes.

Em dado momento, o irmão que conduzia o animalzinho, a fim de consertar a posição da peça de argila nos braços do companheiro, e o vaso, com as inquietações de ambos, escorrega, de súbito,
para espatifar-se no cascalho poeirento.

Com o choque, o distraído orientador da corça perde o governo do animal,
que foge espantado, abrigando-se em floresta próxima.

O carregador do bolo avança para sustar-lhe a fuga, internando-se pelo mato a dentro, e o conteúdo de prateada bandeja se perde totalmente no chão.

Desapontados e irritados, os três rapazes tornam à presença paterna, apresentando cada qual a sua queixa e a sua derrota.

O sábio, porém, sorriu e explicou-lhes:

Aproveitem o ensinamento da estrada.

Se cada um de vocês estivesse vigilante na própria tarefa,
não colheriam as sombras do fracasso.

O mais intrincado problema do mundo, meus filhos,
é o de cada homem cuidar dos próprios negócios,
sem intrometer-se nas atividades alheias.

Enquanto cogitamos de responsabilidades que competem aos outros, as nossas viverão esquecidas.

(Desconheço o autor)

http://teresinhalivroespirita.blogspot.com/

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