Poeta caririense: 1881 - 1960
José Augusto de Lima Siebra, nascido em novembro de 1881, em Várzea Alegre, vivenciou seus grandes momentos poéticos na primeira metade do século XX. Oriundo de uma família de agricultores teve apenas instrução primária, mas, sendo um ávido leitor, ampliou seus conhecimentos e com isso suas possibilidades intelectuais. Participou dos movimentos políticos da cidade e do estado, foi orador e poeta.
O poeta foi pouco conhecido e quase nada restou dos seus manuscritos, mas pelo material que suas filhas conseguiram recuperar, dá para reconhecer seu mérito poético e homenageá-lo com estas louvações.
Herdei do meu avô, José Augusto de Lima Siebra, a ousadia poética de conversar com as estrelas e louvar a natureza inteira, desde a contemplação da beleza das flores até o fascínio pelo manto azul do céu estrelado. E é com esse espírito que teço estas louvações.
Primeira louvação:
Louvo na poesia de José Augusto de Lima Siebra, além da reverência à obra do Criador, o conhecimento das leis cósmicas, homenageando a presença divina manifestada nos fenômenos da natureza, no canto dos pássaros ou dos homens, registros estes que podemos encontrar em muitos dos seus escritos. Como exemplo, podemos apresentar estes versos finais do poema Amanhecer e o belo poema Viagem ao Infinito.
Amanhecer
(......)
Gosto de ouvir nesta hora
A cantiga do Geraldo,
Peito que estala saudoso,
Qual um piston afinado.
Quem vê o pobre negrinho
Sujo, roto e aleijado,
A cabeça descoberta,
O olhar atravessado
Não diz que naquele peito
Bate a voz de um chorão
Nem sabe que a voz de Deus
Mora no seu coração.
O Geraldo quando canta
Deus escuta atentamente,
E sendo um Deus no seu peito
Se manifesta contente.
Solta feliz, ó Geraldo,
Este teu canto bonito
Neste teu canto eu vejo
As notas do infinito.
Por Stela Siebra Brito
http://catadoradeversos.blogspot.com/
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