domingo, 3 de julho de 2011

Vamos Cuidar da Vida



Vamos cuidar da vida nossa e da vida dos outros. Todos somos responsáveis. Vivemos aprendendo, ensinando, cuidando e sendo cuidados. Mas devemos cuidar bem. Cada canto, cada ponto deve ser olhado, apreciado e amado como um objeto nosso e não nosso. E na verdade o é. Passamos, tudo passa. A vida passa, por isso devemos respeitá-la. A vida não nos pertence. É um tempo que temos com ela e depois... A vida continua por outros e em outros, ocupando talvez os mesmos lugares e espaços que hoje ocupamos. Temos que cuidar da vida enquanto há vida.
Cuidar da vida é estar atento para o que acontece nos quatro cantos do mundo e não ser conivente com uma situação deprimente e opressora. É estar de olhos bem abertos para denunciar o que não está bom. Mas quase não se tem coragem de fazê-lo, porque na outra ponta há a cultura da morte. Uma cultura silenciosa que vai penetrando a alma e levando-a num ritmo que não se percebe.
Estamos todos num mesmo barco em alto mar, a onda a nos leva cada vez mais longe. E o tempo de pedir socorro já se esgotou. É preciso muito cuidado para não se envolver com determinadas situações e se deixar levar por um caminho sem volta. Fiquemos atentos ao mundo e à vida para que eles sejam bem cuidados.
A Dra. Zilda Arns quando criou a Pastoral da Criança não teve em mente algo, senão a vida das crianças. Para ela tudo importava. O amor que dedicou ao seu projeto foi tanto quanto era a sua capacidade de se doar, imitando Aquele que disse: “Eu vim para que tenham vida, e atenham em abundância.” Vida é o primeiro direito que se tem. Vida feliz deveria ser o segundo.
A CNBB a cada ano escolhe um tema ser trabalhado na Campanha da Fraternidade.
Campanha da Fraternidade, nome que nos leva a pensar no outro. O tema deste ano é Fraternidade e a Vida no Planeta. Mais uma vez alguém grita para o mundo que todos somos responsáveis. É a vida de cada um e de todos clamando por mais respeito, dignidade, amor. É a criança mutilada na sua mais tenra infância. É a mulher que continua explorada. É o pobre no seu trabalho escravo e é a Terra pedindo mais cuidado. É a vida chorando por mais atenção.
Como que a dizer: “Ei, estou aqui, cuida melhor de mim!”
Foi a modernidade. Agora é a pós- modernidade. E amanhã será o quê?
É a ganância de sempre.
Roberto Carlos já cantou em prol da defesa das baleias. Já falou do progresso, em outra canção. Todos estão surdos, seguindo rumo ao que der mais dinheiro. Desmatando, garimpando, poluindo, envenenando, vão atropelando a humanidade no seu primordial direito de viver.
Temos que cuidar da vida enquanto há vida. Cuidar da criança para que ela cresça bem e seja consciente ao tornar-se adulta e responsável para com outros e outros. Essa é a ordem natural dos acontecimentos. Jovens respeitados, adultos comprometidos. É a vida sendo cuidada em toda sua plenitude. Vejamos o lado humano, porque, que adianta ao meio ambiente todo o
Vamos cuidar da vida a partir do gesto mais simples. Um sorriso a quem precisa. Um abraço a uma boa causa. Um perdão, uma palavra amiga. Afinal, é a vida que precisa ser respeitada e cuidada agora e sempre!
Como diz o Lulu Santos: “Tudo muda o tempo todo...” Quando comecei a rabiscar o meu texto o mundo vivia um momento, agora, com a tragédia do Japão, vive outro. E é a vida que continua tanto cá quanto lá carecendo de respeito e cuidado, agora mais do que antes, porque ficam as conseqüências, as seqüelas.
Cuidar da vida vai muito além de apenas se cuidar.
Para encerrar essa nossa conversa, eis as palavras de Charlie Chaplin: ”Pensamos demasiadamente, sentimos muito pouco. Necessitamos mais de humildade que de máquinas. Mais de bondade e ternura que de inteligência. Sem isso, a vida se tornará violenta e tudo se perderá.”

Artemísia

(Texto escrito para o Concurso Ler é Preciso, mas não enviei)

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