segunda-feira, 24 de outubro de 2011

PESSOAS


Fernando, o Pessoa,
Ser já de si ficcional,
Quando se quis Camões
Foi ainda mais poético

Grande, mas não épico
Se fez a lira de Portugal.

E as pessoas de Fernando
O tornaram ainda mais ente.
Todos tão iguais poetizando
O (re)tornam então diferente:

Frenético, cético, indiferente...
Pessoas, Fernando não foi gente.

Foi o que se é quando se lê...
Cada um re-des, faz alusões
Mas não é literatura
Senão se acaso a si forjes:

Quando se quis camões
Pessoa, antes do próprio, foi Borges.

Rogerlando Gomes Cavalcante

Poeta cearense

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