Eu ontem dia 26 de janeiro, fui fazer uma
visita ao senhor João Ferreira de Sousa, que é popularmente conhecido por João
de Pedro Tonheiro, e uns mais desavisados chamam de João Tonheiro. Confesso que
fiquei muito triste, quando o avistei ali deitado em sua cama, nem parecia
aquele senhor que conheci que ficava na calçada sentado, vendo os transeuntes
passarem, ele fumando seu cigarro e tomando suas dosezinha de cachaça, e hoje
naquele leito, tornando-se dependente de soros, para que se prolonguem seus dias
em nosso meio. Mas mesmo com esses percalços, ele ainda é muito conversador, e
aparenta ter aceitado a sua condição de moribundo.
Quem conheceu João no passado sabe. Que ele
ficou bastante famoso como os corujões, três jovens senhores que trocaram a noite
pelo dia, da qual só ele que ainda está entre nós, contando esses causos das
antigas noites varzealegrenses. Jesus Fotógrafo, Joaquim de Paulo e ele, esses
três gozaram a vida como pode, tudo que acontecia durante a noite os três
sabiam, pois à noite era a sua companheira boemia. João pode-se dizer que
aproveitou a vida o máximo que pode, acho que adivinhando como seria o seu
final.
Ao sair de lá, em que ele me desejou muitas
felicidades, que eu fosse bem feliz em minha vida, aqui ou em Recife, senti que
poderia ser uma despedida, daí senti uma dor no peito, um aperto no coração,
creio que poderá ser sim, pois ele que ta com seus oitenta e seis anos, naquela
situação, creio que não terá mais melhora, ele mesmo me afirmou ontem, “não
tenho melhora não, acho que é o fim.” O que temos é que colocar ele em orações
e pedir a Deus que tenha compaixão de João e perdoe as coisas ruins que ele
praticou em sua mocidade.
Quem viveu na década de setenta e oitenta,
sabe do que estou falando, e conheceu esses três personagens que integraram os
corujões. João, Joaquim e Jesus, e aqui nesse descritos meu, eu presto essa
homenagem a esse homem, não por ele ter feito parte da cultura folclórica de
Várzea Alegre, mas pelo homem bom e pelo parentesco que nos unem por isso me
aproximei dele, da qual também fomos vizinhos. Sei que João para a maioria da
população dessa cidade Várzea Alegre, não deixará saudades, nem terá uma
homenagem vultosa, mas e daí? O que importa é que ele seja eternamente
lembrado, pelos que a ele foram caros, pois como diz o dito “uma pessoa não
morre, enquanto tiver bastante viva nas lembranças daqueles que o amou na
terra”. E João é bastante querido dos seus filhos e sobrinhos e amigos o tinham
bastante admiração. Pois é João, se a gente não se encontrar mais, quero que
saiba, eu jamais vou esquecer a sua pessoa, Deus vos abençoe, e quando partires
dessa vida, que Deus vos encaminhe a um lugar de paz, amor e que venha a
descansar em paz.
Israel Batista
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