Um celeiro de poetas:
Várzea-Alegre. Torrão em que todos ou quase todos se não são poetas são capazes
de criar versos, mesmo uma quadrinha, uma paródia, mas há de apresentar a rima.
Rincão de rimadores. Terra de grandes e bons poetas. Desde antigamente aos
nossos dias. Não citarei nomes (pois são tantos) já que o objetivo maior é
referir-me àquele que conquistou com o seu instinto poético o respeito e a
admiração daqueles que o conheceram ou que de alguma forma estiveram em contato
com o seu versejar simples, mas de beleza ímpar: Raimundo Lucas Bidinho ou
simplesmente Bidim. Poeta para qualquer momento, qualquer tema ou qualquer
pilhéria. De teor rico nos dizeres e mais belo no seu declamar. Brincava de
poetar (para os que o conheceram), mas respeitoso com o rigor à forma
expressiva da poética popular.
Até quando brincava com as
pilhérias de amigos o fazia com a dignidade dos grandes e dos profundos
conhecedores naquilo que se propõe a realizar. A aparente lentidão ao dedilhar
a viola não condizia com a rapidez no pensar, contribuindo para com suas
magníficas rimas de metrificação perfeita. Linguajar simples, mas de um
vocabulário rico e fértil para quem sequer concluiu as primeiras letras. Uma
capacidade louvável como poeta e admirável como pessoa, além da sua paixão em
defesa das causas ruralistas. Um Nordestino, Cearense e Varzealegrense com
sensibilidade incomum de um lutador pelas causas que o sensibilizavam.
Dignidade no dizer, no fazer e acima de tudo no pensar. Aos novos poetas a
herança de como exprimir o seu amor á terra onde nasceu e desenvolveu o talento
nato da poesia popular descompromissada, responsável, e não esquecendo a
alegria e o bom-humor tão característico desse riacho do machado.
Francisco Assis Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário