sábado, 30 de novembro de 2013

BANCA SUÍÇA.

No ano de 1975, Leandro Correia botou uma banca de revistas de sociedade com o seu irmão Salim, na Praça dos Motoristas em Várzea Alegre-Ceará. A banca era o retrato da desorganização, Salim saía para jogar futebol e Leandro saía para tirar fotos e a banca ficava ao Deus-dará. A meninada furtava as revistas e tinha deles que fazia da banca um W.C. Certa noite eu estava conversando com Jackson Teixeira, Zé de Bogim e Osmundo Fiuza, num banco que ficava vizinho a banca. Enquanto nós conversávamos os sócios da banca procediam uma conferência no estoque. Contabilizaram; Quatro revistas Luluzinha, duas Chico Bento, três álbuns, quinze pacotes de figurinhas, seis fotos de São Raimundo, duas revistas Manchete do ano anterior e dois jornais O Povo da semana passada. Terminado o balanço os sócios vieram até o banco e ficaram escutando a nossa conversa mais atenciosos do que surdo-mudo em velório de morto à bala. Jackson dizia que na Suíça a ordem e a organização era tão grande, que as lojas não tinha portas e nem vendedores. Os clientes mesmo se atendiam e ninguém furtava. Se fosse hoje o saudoso Jackson não falava com aquela segurança toda, porque com certeza alguns políticos brasileiros, passam férias na Suíça. Jackson deu continuidade a conversa dando como exemplo uma banca de revistas: - Para que vocês tenham uma noção, na Suíça a honestidade é tão grande, qua as bancas de revistas também não tem portas e nem vendedores, tem apenas uma pessoa que passa pela manhã para expor o estoque e só volta na manhã seguinte para pegar o apurado e repor o estoque. O freguês chega na banca, pega uma revista, coloca o dinheiro na gaveta, passa o troco e vai embora. Naquele momento Salim interrompeu falando para o irmão: - Liandro! Ramo butar uma Suisca dessa na nossa banca. O irmão respondeu: E tu quer mais Suisca do que já tem nela? Os minino roba as rivista e ainda mija e caga dento dela. O povo faz o que quer na banca e só quem num manda nela é eu e tu. (Mundim Do Vale)

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