domingo, 29 de agosto de 2010
A obrigação do dízimo
Aqui está mais um tema que tem chamado muito a minha atenção.
Em geral, para sustentar a obrigação do dízimo, temos observado que os irmãos se valem do Escrito Sagrado definido nos relatos de Ml. 3.10 e Mat. 23.23.
Ora, com efeito, tais Escrituras estão fragilizadas para transportar aos nossos dias, referida obrigação sagrada.
A explicação é muito simples:
Ambos os textos se reportam a um pacto ultrapassado e ab-rogado, pelo novo pacto estabelecido por nosso Senhor Jesus Cristo (hb. 7.18).
O Texto de Ml. 3.10, foi produzido no curso do citado Pacto, e quase sempre as revelações sagradas pertinentes à época continham estreita sintonia com o funcionamento do sistema em vigor, em que pese, o fato de serem oferecidas como figuras para ensino do ser humano em geral e de todos os tempos, pois, afinal o próprio Sacerdócio levítico era uma figura do verdadeiro e eterno Sacerdócio.
O mesmo se pode deduzir sobre o Escrito Sagrado de Mt. 23.23, ainda que, nesse caso, o ensino tenha sido produzido pelo próprio Senhor Jesus.
Considere-se, todavia, que Jesus viveu sob a Lei, foi o cumpridor da Lei, e ensinava também a cumprir rigorosamente a Lei, que entre tantos outros ordenamentos, continha a obrigação de se recolher o dízimo.
Logo, poder-se-ia dizer que, no citado texto sagrado, o Senhor orientava a obediência à lei.
Depreende-se daí que a utilização de tais Escrituras nos impõe um roteiro muito longo, na busca pela compreensão do assunto.
Assim, aqueles que de forma contumaz questionam as ordenanças sagradas, conseguem derrubar, a obrigação do dízimo em face da ausência de um argumento mais convincente que possa esclarecer as suas dúvidas e terminam resistindo a esse tão importante mandamento do Senhor.
Ora, o equivoco existe, não na cobrança do dízimo, que é perfeita, mas no fundamento que se utiliza para se sustentar essa obrigação sagrada.
O Sacerdócio levítico, encabeçado por Arão, foi sepultado no sacrifício de Jesus Cristo, logo não há que se falar em dízimos, tomando como âncora, escritos que se reportam ao velho pacto que deixou de existir, uma vez que existem orientações mais contundentes, fundamentando o assunto.
Pelo que, a obrigação de se devolver o dízimo, permanece em nossos dias, sem a menor sombra de dúvidas.
Vale dizer que o dízimo não foi instituído juntamente com o sacerdócio levítico.
Essa obrigação transcende as datas em que foram definidos os dispositivos legais sagrados do velho testamento.
O Sacerdócio levítico começa em Arão e termina em Jesus Cristo.
Existe, no entanto, um outro Sacerdócio, que já existia muito antes do Sacerdócio levítico, aliás, esse não tem nem princípio e nem fim, definido nas Escrituras como a “Ordem de Melquisedeque”. De lá vem a obrigação do dízimo.
O Santo Espírito de Deus, como que, querendo deixar-nos a recomendação sobre a sagrada obrigação, orientou ao Patriarca Abraão que recolhesse os dízimos ao Sacerdote Melquisedeque (Gn 14. 18-20).
Ora, o sacrifício de Jesus Cristo, ab-roga o Sacerdócio levítico, mas confirma o Sacerdócio de Melquisedeque. ( Hb 7).
Assim, o dízimo deveria ser recolhido pela nação física de Israel ao Sacerdócio segundo a ordem de Arão, que foi o primeiro sacerdote levítico.
No entanto a nação espiritual de Israel, o Israel de Deus, em fim os crentes em geral, devem recolher o dízimo ao Sacerdócio instituído segundo a ordem de Melquisedeque que tem hoje como sumo Sacerdote nosso amado Salvador o Senhor Jesus Cristo.
Concluindo, os textos sagrados de Ml 3.10 e MT. 23.23, estão fragilizados para sustentar a obrigação do dízimo, porque produzidos na evidência de um Sacerdócio que fora extinto, ainda que, repito, seja uma figura do verdadeiro e eterno Sacerdócio.
O que de fato fundamenta hoje a prática dessa importante obrigação sagrada é o texto de Gn 14.18-20; Hb. 7 e o fato de que o dízimo é uma obrigação sagrada instituída muito tempo antes do Sacerdócio levítico, e deve ser recolhido ao Sumo sacerdote Jesus Cristo, através de seus representantes na direção das igrejas, cujo Sacerdócio é eterno e permanece para sempre.
Eis porque, todo seguidor de Jesus Cristo precisa recolher tempestivamente o dízimo de todas as receitas que vier a obter.
Joaquim Tinoco
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Querido irmão em Cristo. Gostaria de compartilhar algo para reflexão...
ResponderExcluirAo examinarmos Gênesis 14, notamos que:
• O dízimo de Abrão NÃO proveio de sua riqueza pessoal.
• O dízimo de Abrão foi espontâneo, não um pedido de Deus.
• Seu dízimo não foi destinado a casa do tesouro ou santuário.
• Abrão tinha 80 anos nesta ocasião, e não há registro que ele tenha dizimado em outra ocasião.
• Abrão não recebeu promessa de bênçãos por este dízimo.
• E finalmente, seu dízimo consistia de despojos de guerra, os quais nem mesmo ele os tomou como propriedade sua, ao contrário ele os devolveu ao rei de Sodoma. Assim vemos que esta passagem não cabe ser usada como apologia ao dízimo...
Hebreus 7 fala do sacerdócio de Cristo, que é superior ao de Melquisedeque. Aqui não é uma defesa da necessidade de a Igreja ser ordenada à mesma prática. No verso 8 lemos: “e aqui certamente recebem dízimos de homens que morrem; ali, porém, os recebe aquele de quem se testifica que vive”. Esta é uma comparação entre os dias do autor de Hebreus com os dias em que viveu Abraão. Nos dias de Abraão, este deu o dízimo a alguém que exemplifica Cristo.
Quem recebia os dízimos eram os sacerdotes, e assim abençoavam o povo. Se Melquisedeque exemplifica Jesus, e se Melquisedeque era sacerdote, Jesus é mais que nosso sacerdote. Deste modo a ênfase do texto está em provar o sacerdócio de Jesus, não o dízimo.
Como o livro de Hebreus foi escrito para o povo hebreu não era necessário que o autor provasse a continuidade do dízimo, pois os fariseus já o faziam. Eles não se opunham ao dizimo ( Mt 23:23; Lc 18:12) mas sim ao sacerdócio de Jesus. Desta maneira, Hebreu 7 tampouco cabe ser usado como apologia ao dízimo.
Não ofertamos "para sermos" salvos! Nós ofertamos "porque somos" salvos e queremos que outros sejam salvos.
Cobrar o dízimo é invalidar que o sacrifício de Jesus foi suficiente. Mas este sacrifício nos libertou de toda maldição da lei. (Gálatas 3:13)
Com Amor em Cristo, Fram
A igreja católica inventou os dízimos eclesiástico.
ResponderExcluirAlguém prova isso muito bem em: Entrevista sobre o pagamento de dízimos no Antigo Testamento...
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