Não é fácil fazer as pessoas rirem, é mais leve fazer chorar, e mais pesado levar as pessoas as gargalhadas. Para um público sedento de boas risadas vários escritores de cordel se embrenharam por este caminho e muitos conseguiram, alguns com menos, outros com mais sucesso. Personagens foram imortalizados tais como Pedro Malazartes, Cancão de Fogo, Chicó, João Grilo, Bocage entre outros.
Todavia percebo que os cordéis voltados para o mundo do riso são sempre ligados a estes personagens, ninguém ousou muito depois deles, ou quando se aventuraram, estacionaram em outros personagens tais como o seu Lunga para citar um mais presente e conhecido.
Quando comecei a fazer cordel, há cerca de dez anos, tentei enveredar por este caminho, escrevendo UM CORNO PARA CADA DIA DO MÊS. Ainda na faculdade, vi que o folheto teve uma boa repercussão na cidade de Guarabira. Em seguida lancei MULHER ENCALHADA, aconselhado por uma prima após uma viagem a São Paulo.
Este cordel também foi muito apreciado, as pessoas necessitam extravasar seu mau humor, as intempéries da vida. Ainda na Paraíba me lembrei do tempo de professor na zona rural de Paulo Afonso onde os alunos, me contavam as peripécias amorosas dos colegas com os animais na prática da zoofilia e fazendo um mine curso na universidade, me aclarou a ideia para escrever INICIAÇÃO SEXUAL NA ZONA RURAL. O sucesso do folheto foi imediato.
Chegando a Pauliceia, participei de um grande evento na PUC (Pontifícia Universidade Católica) onde o cordel seria a bola da vez no lançamento da revista Cultura Crítica em 2008. Não tinha nenhum poema para ler, e de repente vi na TV Canção Nova os DEZ MANDAMENTOS DO PREGUIÇOSO. Não tive dúvida transformei aquelas dez frases em 10 estrofes, ou seja, em um poema na linguagem do cordel. Na minha vez de falar, subi no palco do teatro Tuca e declamei aquelas estrofes. Foi um sucesso espantoso. Saindo do evento fui aconselhado por Costa Senna, Pedro Monteiro, Marco Haurélio e João Gomes a lançá-lo com outra história para completar as 16 páginas. Resultado. Quase dez mil exemplares vendidos.
Daí por diante não parei de escrever nessa linha do gracejo, sem abandonar os motivos ou temas clássicos desse gênero literário. Pois o poeta precisa da versatilidade, não para mostrar a ninguém que é bom, mas para inovar e encantar seus leitores. Por isso apresento mais um título em nova edição revista e ampliada agora pela Editora Luzeiro: PERGUNTA IDIOTA TOLERÂNCIA ZERO. Adquira já o seu!
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