domingo, 24 de junho de 2012

O CANTOR VITORINO SILVA

Eu e Victorino Silva no templo sede da Assembléia de Deus de Recife Pernambuco

Victorino Silva (29 de março de 1940) é um dos mais antigos cantores de música gospel brasileira, com quase 40 anos de carreira.  Também é pastor da Assembleia de Deus. Índice [esconder] Victorino nasceu numa família pobre, na Baixada Fluminense, e acabou perdendo a mãe e o pai ainda criança. As perdas, somadas à discriminação social por ter um braço deficiente, acabaram impactando a vida de Victorino e o conduzindo ao mundo do crime e dos vícios. Além do roubo, também se enveredou pelas drogas e chegou até a tomar conta de boca de fumo. Foi no médico que foi detectado um câncer nos pulmões. Nessa época ele tinha um conjunto e fazia shows. Cantava em emissoras como a Rádio Nacional e a Rádio Tupi e conhecia diversos artistas. O câncer, envolvendo uma tuberculose, tinha tomado o pulmão direito e já passava para o esquerdo. Diante do desengano do médico, o cantor afirma que se converteu no ano de 1959, quando tinha 19 anos de idade. A cura da doença veio com a oração feita naquela casa. A carreira como cantor evangélico Como cantor na igreja, era convidado pelo pastor Paulo Leivas Macalão para cantar no púlpito, e o talento o fez gravar um Disco compacto simples em 1963. Era o primeiro trabalho de uma série que nunca mais parou. Discografia Esta discografia reúne parte da produção do cantor, que dentre os trabalhos mais consagrados, está o LP Não Chores Mais, agora relançado pela gravadora Bom Pastor. Consola o Meu Coração - compacto (Favoritos Evangélicos, 1970) O Tema da Minha Canção (Favoritos Evangélicos, 1971) Consola o meu Coração (Favoritos Evangélicos, 1972) Saí a Procurar Deus Tem Um Plano Santo Espírito (Doce Harmonia, 1975) Jubila Irmão (Doce Harmonia, 1976) Olhando o Céu Existe um Rio Dia após dia És (Bompastor, 1981) Não Chores Mais (Bompastor, 1983) Deus e a Natureza Há um Porquê (Bompastor, 1987) O Saber (Bompastor, 1988) In Concert (Bompastor, 1989) Milhares de milhares Glorifica Simplesmente Servo Aquela gota a Mais (Nancel, 1995) Bom Samaritano (Line Records, 1997) Duas Gerações a Serviço do Rei (Independente, 2000) Deus Muda Situações (Patmos Music, 2000) Clássicos - Vol.1 (Patmos Music, 2000) Os Portais Clássicos - Vol.2 (Patmos Music, 2006) Vale a Pena Viver (Patmos Music, 2008) DVD Ao Vivo (Patmos Music, 2009) [editar]Gravação do DVD Ao Vivo O trabalho de mais de 35 anos teve seu ápice no dia 11 de abril de 2008, com a gravação do DVD ao vivo no Centro de Convenções de Curitiba. O show contou com orquestra regida pelo Maestro Misael Passos, que desde o início da carreira de Victorino tem parceria com o cantor. Maestros e músicos evangélicos de várias partes do Brasil, além de profissionais que já participaram de antigas gravações e eventos com o pastor Victorino Silva estiveram presentes na gravação. O auditório recebeu cerca de 900 pessoas e ficou quase lotado. Alguns dos mais clássicos hinos da música evangélica brasileira e internacional foram lembrados no DVD, como És (de Edison Coelho), Não chores Mais, Deus tem um Plano, Juízo Final, dentre outras mais recentes, como Deus Muda Situações. A cantora Lília Paz também fez uma participação especial num dueto com o cantor na música O Bom Consolador (Nº. 100 da Harpa Cristã).

MINISTÉRIO DA CANTORA DENISE

Eu e Denise na igreja presbiteriana da Boa Vista em Recife Pernambuco esse ano dia 08/03

Denise começou a louvar a Deus na sua tenra idade. Aos três anos já louvava ao Senhor cantando em pé sobre cadeiras e mesas nas igrejas por onde seu pai, Pr. João Carlos, era convidado a pregar. Aos dez anos, ganhou o primeiro lugar em um Festival Nordestino de Música Evangélica e então gravou o seu primeiro disco. Este que também foi o primeiro no Brasil, com produção totalmente Cristã. Seu pai, Pr. João Carlos, faleceu dias antes desse disco ficar pronto. Durante doze anos, Denise viajou por todo Brasil e alguns países da América Latina acompanhada por sua mãe, Dona Deises, uma ex-freira convertida a Cristo Jesus. Denise transmitia a Palavra de Deus através da música e sua mãe, corajosamente, testemunhava de como foi liberta da idolatria pelo evangelho de Cristo. Aos quinze anos de idade Denise foi homenageada pela imprensa brasileira com um “Disco de Ouro”. Esse fato foi registrado numa reportagem especial nas duas principais revistas da época: Veja e Manchete. Aos vinte e dois anos casou-se com o Pastor e Jornalista Miguel Maia. Formado em Teologia, o Pr. Miguel deixou a atividade de narrador esportivo para se dedicar ao ministério intinerante no qual ministrava clínicas de evangelismo; também realizava cruzadas evangelísticas com filmes e continuava apresentando programas evangélicos em diversas rádios espalhadas pelo país; mantinha ainda um Curso Bíblico por correspondência. Casados, Miguel e Denise mantiveram e ampliaram os programas de rádio e o curso Bíblico. Dedicaram-se a percorrer o Brasil e países latinos transmitindo o Evangelho através da música e pregação da Palavra em constantes cruzadas evangelísticas. Com dois anos e meio de casados e com a primeira filha, Diwlay, completando o primeiro ano de vida, o casal sofreu um grave acidente automobilístico em Minas Gerais. Denise foi submetida a cinco cirurgias nos primeiros três dias após o acidente. No quarto dia teve morte cerebral. Contra as perspectivas da medicina ela acordou no oitavo dia. Passou dez meses deitada em uma única posição. Nesse período foi submetida a mais cinco cirurgias. Novamente contra as perspectivas médicas ela saiu da cama e passou a se locomover em uma cadeira de rodas, onde, segundo a medicina, passaria o resto de sua vida. Em cadeira de rodas Denise gravou o seu décimo sexto disco e realizou juntamente com o pastor Miguel, cento e cinquenta cultos no espaço de cento e cinquenta e três dias, percorrendo cento e vinte e duas cidades de oito estados brasileiros. Ao final dessa maratona, Denise experimentava mais uma vez, o poder de Deus. Ele realizou em sua vida o que era impossível para a medicina: Ela deixava a cadeira de rodas e passava a locomover-se através de muletas. Depois de cinco meses de intenso trabalho no ministério, mais uma agradável supresa preparada pelo Pai Celestial: Em uma madrugada fria, no aeroporto de São Paulo, Denise deixou as muletas e voltou a andar sozinha. Deus contrariava a perspectiva humana, da Ciência. O acidente deixou muitas cicatrizes no corpo, mas muitas experiências maravilhosas com Deus. A partir de então a sequela mais dolorosa passava ser a impossibilidade de ser mãe novamente. Denise continuou firmando sua fé no Senhor em oração constante, ativando uma inabalável esperança de que Deus lhe daria mais essa grande benção. Em Janeiro de 1995, ela deu à luz, sua segunda filha, Mayanne, que nascera sadia e cheia de vida. Aos quatros anos de idade, Mayanne começou a cantar louvores a Deus, e aos seis, gravou seu primeiro álbum. Pr. Miguel, Denise, Diwlay e Mayanne vivem hoje integralmente no ministério. Em muitas viagens, por grandes e pequenas cidades, têm ajudado a Igreja na urgente tarefa de evangelizar. A Obra do Senhor não pode parar. Acompanhe essa família em oração e conheça mais das suas atividades lendo as reportagens que serão postadas semanalmente no site. Deus seja contigo! Aos dez anos Denise determinou: CONFIANDO VENCEREI! E assim Dizendo a todos: CANTEMOS GLÓRIA. SIMPLESMENTE anunciando o SUBLIME AMOR, que a fez perceber o OLHAR DE CRISTO, levando-a para PERTINHO DO REI. Experimentou MOMENTOS que só o DOCE E SUAVE gesto de Jesus, trouxe o ALENTO necessário para viver as verdadeiras EMOÇÕES de estar caminhando para o CÉU. Seguindo, louvando, teve a EXPERIÊNCIA viva que a ESPERANÇA em Cristo dá, a SEGURANÇA da Glória Eterna. Nesse período ela olhou para traz e teve doces LEMBRANÇAS do cuidado de Deus em sua vida e isso gerou em seu coração a CONFIANÇA plena para seguir ADORANDO ao Senhor da glória com HINOS INESQUECIVEIS. E isso ela faz com determinação, zelo e coragem de prosseguir servindo o Mestre mesmo em situações de grandes dificuldades. Se você deseja participar financeiramente deste ministério, adquira os CDs e DVDs na Loja Virtual, pelo site www.denisemiguel.com.br

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Macela – Chá para que serve

Macela é uma muitas vezes considerada uma erva daninha. Macela é uma erava aromática que cresce até 1 m de altura. Produz pequenas flores brancas com centros amarelos e folhas serrilhadas verdes. Ela é originária da América do Sul, incluindo Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Uso Medicinal A erva também é conhecida por marcela e tem sido utilizada na medicina popular durante muitos anos. O chá de infusão feito com toda a planta é usado como um remédio natural para cólica, nervoso, epilepsia, náuseas e problemas gástricos. Também é empregada como um anti-inflamatório, antiespasmódico menstrual, sedativo, e analgésico para distúrbios gástricos, problemas de fígado, diarreia, e disenteria. Esta mesma infusão é utilizada para reumatismo, nevralgias, dores musculares, e até mesmo menstrual. Muitas pessoas esmagam as flores para serem adicionadas a travesseiros ou almofadas como ajuda para dormir. Propriedades químicas A análise fitoquímica da macela, que começou em meados dos anos 1980, mostra que ela é uma erva rica em flavonóides. Muitas das suas propriedades ativas são atribuídas a estes flavonóides, bem como ao terpenos. Também foram encontrados na macela: macela Achyrocline polissacarídeos e achyrofuran, auricepyrone, cadinene, ácido caféico, callerianin, calleryanin, caryatin, cariofileno, ácido clorogênico, cineol, flavonas, galangina, germacreno D, gnaphaliin, italidipyrone, lauricepyrone, luteolina, ocimeno , pineno, pirona, quercetagetin, quercetina, scoparol, scoparone e tamarixetin

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Dois Irmãos (Bairro, Recife)



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Como grande parte dos bairros do Recife, Dois Irmãos foi também um engenho importante. Na primeira metade do século XIX, essas terras pertenciam ao engenho Apipucos, cujos proprietários eram os irmãos Antônio Lins Caldas e Tomás Lins Caldas, apelidados, respectivamente de Capitão Coló e Seu Toné. Como eles demonstravam muito amor um pelo outro, e viviam sempre em harmonia, chamavam a propriedade de Engenho dos Dois Irmãos. Era um engenho bem moderno, movido pela força hidráulica das águas do rio Apipucos.
O último elo da existência desse engenho advém das notícias da Revolução Praieira: o sexto batalhão de caçadores, que acampou a 30 de novembro de 1848, sob o comando do major João Guilherme de Bruce; e desalojou a força dos revolucionários liberais ou praieiros, que se refugiara no engenho dos Dois Irmãos. Não podendo a força revolucionária resistir ao choque da tropa cede o campo e bate em retirada, tomando a direção de Pedra Mole.
O trecho denominado Pedra Mole é o mesmo que, atualmente, se conhece como Horto Florestal de Dois Irmãos ou Jardim Zoo-Botânico de Dois Irmãos. Há alguns séculos, porém, havia na localidade uma reduzida povoação e um lago volumoso, conhecido como Lago da Prata.
Por que o lago possuía esse nome?
Registra a história que, no final do século XVI, uma rica senhora de engenho (das terras de Camaragibe e, também, de Apipucos chamada Branca Dias, foi denunciada por crime de judaísmo, perante o Tribunal do Santo Ofício. Intimada com ordem de prisão, Branca Dias atirou toda a sua rica baixela de prata no açude (ou lago) das proximidades. A baixela era tão preciosa, dizia a lenda corrente, que fizeram as águas do açude mudar de cor: elas ficaram claras e límpidas como a prata. Daí, o nome atribuído ao lago.
Cabe explicar, agora, a parte verossímil dessa história. A senhora Branca Dias realmente viveu no Recife e era uma senhora de engenho muito rica. Acusada de seguir a religião judaica, ela foi presa pelos inquisidores, levada para Portugal, condenada pelo Tribunal do Santo Ofício, e queimada viva na fogueira da Santa Inquisição.
Por ter recebido uma condenação tão cruel, Branca Dias caiu na piedade popular e o açude situado em seu engenho ficou conhecido como Lago de Prata ou Riacho da Prata.
No ano de 1847, começou a funcionar em Dois Irmãos a Companhia do Beberibe (já extinta). Aproveitando o manancial do rio Apipucos e do Lago da Prata, a Companhia passou a fornecer água potável e encanada para toda a cidade. Ela funcionava nas duas residências dos seus antigos proprietários (os irmãos Lins Caldas), que foram reformadas para a instalação da usina.
Em Dois Irmãos, encontra-se o jardim da Praça Farias Neves, com várias palmeiras, jambeiros, pés de mulungu, pau-brasil, gramado, arbustos e outras árvores, e que foi projetado pelo paisagista Burle Marx.
Existe um prédio na praça, construído em 1887, onde funciona a atual Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Nesse mesmo lugar, em 1838, funcionou a Companhia Beberibe (de abastecimento de água).
Perto da praça encontra-se, também, uma importante empresa, responsável pela fabricação de uma extensa variedade de produtos e remédios e emprego de mão-de-obra local: o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe).
Mais adiante, na rua Dom Manuel de Medeiros, observa-se uma construção moderna, em forma de arco, tendo à sua frente um campo de futebol: é a Universidade Federal Rural de Pernambuco. As suas Faculdades de Agronomia e Veterinária foram fundadas em 1913, bem como os cursos de Engenharia de Pesca, Zootecnia, e outros. Entre os pavilhões dessa Universidade, bem como atrás deles, encontram-se blocos de cimento, contendo placas de bronze, onde os formandos homenageiam algumas espécies de árvores:
Prosopis justiflora (algaroba) Engenheiros Agrônomos, 1965;
Cocos nucifera L. (coqueiro) Engenheiros Agrônomos, 1966;
Licania rígida (oiticica) Engenheiros Agrônomos, 1969;
Anacardium occidentale L. (cajueiro) Engenheiros Agrônomos, 1969;
Durante o governo do general Dantas Barreto, em 1916, o Jardim Zoo-Botânico de Dois Irmãos foi inaugurado em plena Mata Atlântica, nas terras de Pedra Mole e do Riacho da Prata. Próximo à entrada do Horto, inaugurou-se, em 1973, o Museu de Ciências Naturais, que contém mais de 2.000 peças sobre os mamíferos, répteis, artrópodes, insetos, aves, conchas, minerais e fósseis.
À esquerda de quem entra no Jardim, passando o Museu de Ciências Naturais, é possível observar uma estátua imponente: o vendedor de pirulitos, feita em 1957 pelo escultor pernambucano Abelardo da Hora.
Além de várias espécies de mamíferos, aves e répteis, no Jardim Zoo-Botânico de Dois Irmãos encontram-se "pedalinhos" (para as pessoas se locomoverem pelo açude), charretes (puxadas a jumento) e um trenzinho, para levar crianças e adultos por todo o Horto, bem como restaurante e lanchonetes.
Presentemente, o Jardim representa um dos importantes pontos turísticos da cidade do Recife, e sua gestão está entregue à Empresa Pernambucana de Turismo – Empetur (Empetur).
 

Dois Irmãos (Bairro, Recife)
Semira Adler Vainsencher
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco

Poesia Matemática



Millôr Fernandes

Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.

Texto extraído do livro "
Tempo e Contratempo", Edições O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1954, pág. sem número, publicado com o pseudônimo de Vão Gogo.

sábado, 2 de junho de 2012

Relembrando o Forró Safado

Muito ritmo e trocadalhos do carilho

Um gênero do forró que era bastante popular era o chamado forró safado, até porque safadeza sempre foi e será algo do gosto popular. Os tais forrós safados tinham refrões repetitivos com algo “malicioso” ou “safado”, ou insinuavam uma rima mais picante, mas que nunca era completada. Tudo isso fazia a alegria da garotada que gostava de entoar as cantigas só para falar putaria sem (muita) culpa. Dizemos, sem medo do trocadilho, que artistas que costumavam cantar estas músicas sempre tinham algo gozado na boca. Obviamente que este estilo de música não se restringe ao forró, havendo bons exemplos em outros ritmos como o samba, o rock, as marchinhas de carnaval, o funk carioca e o brega. Mas o forró safado, ou de duplo sentido, é praticamente um subgênero do forró, já que houve época que muitos artistas e bandas labutavam (ou lá botavam) em cima disso, que teve sua fase áurea entre os anos 70 e 80.Ao final dos anos 80, o forró como um todo já estava meio em declínio, juntamente com o forró safado. Mas o gênero sofreu uma renovada nos anos 90, com as bandas de forró moderno, que alguns tentaram rotular de Oxente Music, termo que graças a Deus, não pegou, e as bandas do chamado forró universitário. Para não dizer que o gênero está morto, vez por outra alguma banda de forró da nova geração tasca uma letra sacana. Eventualmente se usa ainda algum trocadilho de duplo sentido, mas hoje em dia a sacanagem é mais escrachada, sem maiores malabarismos lingüísticos para ocultar o “duplo sentido”. Em alguns casos, a putaria é explícita, mesmo, sem nada de duplo sentido. Num exercício de regressão e forçação dos neurônios, relembro algumas pérolas do gênero. Genival Lacerda e Zenilton Vale lembrar que nos anos setenta estávamos ainda sob ditadura militar e com uma forte censura. Para burlá-la, os compositores precisavam de um pouco de sutileza para disfarçar suas letras. Se Chico Buarque e companhia usavam de linguagens rebuscadas ou alegorias, os forrozeiros abusavam de trocadilhos e frases de duplo sentido nos refrões, para o desespero dos censores. Muitas bandas incluíam forró safados em seus repertórios, mas dois se destacaram com seus sucessos: Zenilton e Genival Lacerda. Zenilton é sanfoneiro pernambucano cujos LP´s faziam bastantes sucesso no Nordeste. No início da carreira, a banda de rock Raimundos chegou a gravar algumas de suas músicas, pois o vocalista Rodolfo era fã declarado das letras sacanas dos forrós. Seus LP´s chegaram ao fim dos anos 80 ainda bem tocados. Entre tantas músicas, escolhi alguns momentos da carreira de Zenilton. Sintam o estilo e a sutileza. Que coisa boa / É coçar bicho de pé / Por isso vivo coçando / O bicho da minha mulher Com milho cru / Com milho cru / Bote caldo, canela, manteiga e banha / E uma gostosa pamonha / Só se faz com milho cru A minha prima arranjou um namorado / O nome dele ela diz que é um pão / O chama de pão doce, o chama de pão fofo / Eu chamo é de pão xoxo… uh… É xoxo pão Tem gente que educa o branco/Tem gente que educa o preto/Aqui educa qualquer um/Aqui não tem preconceito Eu sou budista /Eu adoro Buda /To precisando de Buda /Mas o Buda não me ajuda O paraibano Genival Lacerda ficou bem conhecido do público lá pelo meio dos anos 70 com Severina Chique-Chique, aquela que montou uma butique para a vida melhorar. O repetitivo refrão era um aviso para ela se prevenir contra namorados interesseiros: Ele tá de olho é na butique dela/Ele tá de olho é na butique dela Ao longo dos anos oitenta, ele investiu em letras humorísticas, como Rambo do Sertão”" ou “Galeguinho dos Olhos Azuis”, mas não necessariamente tinham letras de duplo sentido. Mas outro sucesso seu do início dos anos oitenta é um clássico do forró safado: Radinho de Pilha. Na música, o pobre fica indignado porque “ela” teria feito a desfeita de dar o presente que ele dera a ela. Ela deu o rádio/ E não me disse nada/ Ela deu o rádio/ Ela deu sim/ E não me disse nada/ Mas ela deu de graça/ O rádio que eu comprei /E lhe presenteei Mesmo longe da chamada grande mídia e das grandes gravadoras, ambos ainda aparecem em eventuais apresentações, mostrando que, mesmo com uma avançada quilometragem, o negócio (da música) ainda está em pé. João Gonçalves, o rei do duplo sentido Muitas dessas músicas cantadas por Genival Lacerda são de autoria de um veterano paraibano chamado João Gonçalves. E não podemos falar de forró safado sem citar seu nome. Além de “Severina Xique-Xique”, ele compôs outros sucessos de Genival, como “A Filha de Mané Bento” e “”Mata o Véio. Seu primeiro sucesso foi a “clássica” “Pescaria em Boqueirão”, cujo refrão dizia “Ô lapa de minhoca/ Eita que minhocão/ Com uma minhoca dessas/ Se pega até tubarão”, em idos de 1973. Em plena vigência da censura, João Gonçalves costumava bater ponto na Polícia Federal pra prestar esclarecimentos de toda aquela “pouca vergonha”, e praticamente foi proibido de tocar algumas músicas na Paraíba. Na época gravou doze LP´s e teve suas músicas gravadas por outros forrozeiros como o Trio Nordestino. Em anos mais recentes uma composição sua foi gravada por Tom Oliveira e Aviões do Forró, “Locadora de Mulher”, que não tem duplo sentido, mas não deixa de ser sacana, já que declarava: “Eu Descobri uma Locadora de Mulher/ Lá tem mulher do tipo que o homem quiser”. Além dos LP’s e mais 4 CD’s gravados, em 2008 lançou o DVD “João Gonçalves”: Ontem e Hoje”, onde diversos intérpretes, como Amazan, Ton Oliveira e Genival Lacerda, dividiram o palco com o velho rei do duplo sentido. Sandro Becker e Clemilda O gênero teve algum reconhecimento nacional novamente nas vozes de Clemilda e Sandro Becker nos anos 80. Sandro Becker será lembrado pelas gerações posteriores por estourar com o sucesso “Julieta”, que alternava o verso “Julieta-ta tá me chamando” com estrofes de rimas escrotas que, obviamente, o cantor não rimava. E Clemilda é a respeitável senhora que cantava “Seu delegado prenda o Tadeu/Ele pegou minha irmã e…CRAU!”. Ambos eram presença constante nas tardes de sábado em programas de auditório como “Clube do Bolinha” ou “Cassino do Chacrinha”. O estilo de Sandro Becker é de estabelecer uma rima das mais escrotas, mas acaba enfiando uma palavra que não rima. A clássica Julieta é um exemplo. Sintam só alguns dos versos: Maria Preta escreveu na tabuleta/Quem tiver dinheiro come/Quem não tem toca pandeiro Meu avião não cai/O meu barco não afunda/Menina eu quero ver/O balançar de sua saia Quando eu morrer/Me enterre em uma cova funda/Senão vem um urubu/Pra comer a minha perna Eu vinha no caminho /Encontrei um urubu /Pisei no rabo dele /Ele mandou tomar cuidado Atrás daquele morro /Moram dois caras batuta /Um é filho do Zé /E o outro não é Eu conheço uma menina /Que se chama Marieta /Ela tem o dedo fino /De tanto tocar piano O véio e a véia /Foram tomar banho na bica /A véia escorregou /E o véio passou-lhe a perna E falando em bica, outro clássico seu é Forró na Bica. Bica é o nome de um parque e zoológico de João Pessoa, chamado Arruda Câmara. É popularmente conhecido como “bica” devido a uma fonte dentro do parque que tem centenas de anos. Mas esqueçam o momento guia turístico, pois Sandro aproveitou o nome para cometer mais um infame trocadilho: Fizeram um forró/ Na Bica em João Pessoa/Botaram um aviso/Só entra mulher boa/O Porteiro é durão/Quem insiste se trubica /Porque no forró da Bica/Só entra mulher bonita/As mulheres bonitas vão entrar na Bica/Vão entrar na Bica/Vão entrar na Bica Outra música era cantada por um tal de Manhoso, mas que Sandro Becker acabou incorporando-a a seu repertório. É a história de um gato chamado Tico: Tico-tico é um gato que a Maria quer bem / Não dá, não vende nem troca e não empresta pra ninguém / O Tico tem um defeito que nem dá pra consertar / O defeito do Tico: é danado pra miar / Tico mia na sala / Tico mia no chão / Tico mia na cozinha, encostado no fogão /Tico mia no tapete, Tico mia no sofá / Tico mia na casa toda hora sem parar. Já a colega de sucesso de Sandro Becker, Clemilda, era fã de trocadilhos e de frases com duplo sentido. “Além de Prenda o Tadeu”, outras pérolas da senhora faziam a festa das rádios AM, como “Forró Cheiroso”, cujo refrão recomendava: Talco do salão/Talco no salão/Pro forró ficar cheiroso/E ter mais animação E como boa dona de casa, Clemilda tinha sua predileção por alimentos, algo explícito em outras duas músicas suas, “Bilhete pra Comadre Dinha” e “Recado pra Zetinha”: Comadre Dinha, mando lhe avisar /Que este ano vou passar por lá /Capriche muito nabo na salada /A quiabada deixe pra Dona Dada /Você já sabe que eu adoro nabo /Dinha, nabo, Dinha, nabo, Dinha /Na hora do jantar, eu como nabo, Dinha /Nabo, Dinha, nabo, Dinha Zetinha, esa saudade me mata /Zetinha, essa saudade me acaba /Zetinha, quando eu chegar do norte, quero eu abraço forte /Juriti e nambu assado /Só quero nambu, Zetinha /Só quero nambu, Zetinha /Só quero nambu, Zetinha Palhaço Caçarola Esta figura começou nos anos noventa fazendo paródias de sucessos. Depois emplacou composições próprias. Ele está aqui por ter feito um dos melhores e mais criativos trocadilhos em um forró safado em uma letra que descrevia sua decepção com o sabor de algumas frutas: Eu nunca vi umbu ser tão azedo /umbu ser tão azedo /umbu ser tão azedo Outros Infames Nesta época áurea e quase jurássica onde rádios Am e LP´s de vinil ainda faziam uma heróica resistência ao CD e as rádios FM, haviam outros refrões e outras bandas que sacaneavam nossos ouvidos. Infelizmente minha memória não é uma Brastemp. Não lembro dos títulos e nem quem cantava algumas dessas pérolas. Mas é claro que os refrões resistiram em minhas sinapses. E por isso lembro alguns dos sucessos safados das rádios AM Toco cru pegando fogo Seu vigário eu não comunguei /Eu não comunguei /Eu não comunguei Tumim dá Não posso comer ovo /porque estou com íngua /então suspende os ovos, garçonete /E passa a língua. Morena diga onde é que tu tava/ Onde é que tu tava/ Onde é que tava tu/ Passei a noite procurando tu/ Procurando tu / Procurando tu Seu Cuca é eu /Seu Cuca é eu Sol, capim, canela/ Sol, capim, canela/ Sol, capim, canela/ Pra ver se engorda /Essa égua magrela Dá álcool pra ele/Dá álcool pra ele cheirar/Esfrega na venta dele/Para o rapaz melhorar Ma nem ó de nostalgia vive o forró safado. Vez por outra alguma destas bandas de forró mais modernas regravam algum “clássico”, como a Gaviões do Forró, que regravou “Dá Álcool Pra ele”. Falcão, o brega-fake, gravou um forró sobre um infeliz que era parado numa Blitz “todo errado”, e ao pedir pros PM’s aliviarem, a resposta que teve foi o singelo refrão: “Multa/Esse felá da puta/Multa/Esse felá da puta/Que é pra moralizar” Outras, como a banda Saia Rodada, lançam composições com temáticas maliciosas e humorísticas. Todo homem gosta da mulher que se disputa/ Todo homem gosta da mulher que se disputa Obviamente em tempos de censura livre, não dá para exigir muita sutilleza, talvez no máximo um “Na tua boca viro fruta, chupa que é de uva”. E uma das melhores performances do Saia Rodada é colocar uma gostosa vestida de coelhinha no palco para cantarolar os versos. É o meu vizinho que quer comer meu cu…elhinho/Esse vizinho que quer comer meu cu..elhinho/ Esse vizinho que quer comer meu cu…elhinho

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Marcos Farias – Herança

Marcos Farias, filho de Abdias e Marinês, afilhado de Luiz Gonzaga, maestro formado na Escola Nacional de Música do Rio de Janeiro, Marcos é músico profissional em gravações há 30 anos e no seu curriculum conta a direção e produção de artistas nacionais, como Elba Ramalho, Zé Ramalho,Geraldo Azevedo, Gilberto Gil, Biafra, Tim Maia, Dominguinhos, Genival Lacerda, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro e até internacionais. Foi diretor da CBS discos por dois anos , assim cendo o segundo produtor mais jovem da América Latina. Muitos se dizem “afilhados do rei” ou “seguidores do rei” referindo-se a si mesmos com relação ao famoso Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”. Desde que, no final da primeira metade do século passado surgiu a figura de Luiz Gonzaga e sua sanfona, com seu estrondoso sucesso ao lançar a música nordestina brasileira, não param de surgir artistas seguidores do Rei a proclamar suas influências. Dentre todos, somente Marcos Farias recebeu desde a pia batismal todo o legado do forró, através do próprio Luiz Gonzaga, seu padrinho, e de Marinês e Abdias, seus pais. Marcos Farias cedo se destacou no acordeon e em seguida produziu discos de centenas de artistas no Brasil. Trabalhou junto a Dominguinhos, Sivuca e Oswaldinho, sendo admirado por todos esses grandes instrumentistas. Direção : Marinês ( Nossa Rainha) Produção arranjos : Marcos Farias Escolha de repertório: Sheilami Farias e Marcos Farias. (Informações extraídas do Blog do Marcos Farias) Marcos Farias – Herança 01_Por aqui, por acolá (Lazaro do Piauí) 02_Só por amor (Lazaro do Piauí) 03_Cadê Coragem (Lazaro do Piauí) 04_Liga pra mim ( Edmar Miguel ) 05_Mulher de primeira (França) 06_Que seja hoje (Jorge Filho – Tico) 07_Essa Menina (Jota Pê – Felipe) 08_Incerteza ( Jota Pê – Felipe Araújo) 09_Eternamente (Lazaro do Piauí – Marcos Farias ) 10_O amor que eu dou (Naeno) 11_Sanfoneiro bom de dedo (Marron – Ajalmar Maia) 12_Cantador de coco (Valdir Santos ) 13_Sanfoneiro mole (Oliveira do Ceará) 14_ Meu desejo (Oliveira do Ceará) www.forroemvinil.com

Pedro Sousa – Castigando o 8 Baixos

“Este compacto gravado em 1966 pelo Pedro Sousa é muito raro até pelo numero de cópias gravadas, gravadora também desconhecida, destaque para as faixas ‘Saudades de Várzea Alegre’ e ‘Xote teimoso’, para quem gosta de fole de oito baixos aqui está uma raridade. Pedro Sousa foi um grande sanfoneiro, começou nos oito baixos depois passou para os oitenta e tocou até 120 baixos. Varzealegrense divulgou nossa cidade por vários Estados até o sul do País. Fazia de sua casa um “rancho’ para artistas e sanfoneiros, e por lá passaram grandes nomes da nossa música regional, tais como Zé Calixto, Luizinho Calixto, Messias Holanda, Edson Duarte, e muitos outros, tocou com dois dos maiores artistas da sua época, o Trio Nordestino e Marinês. Não teve a felicidade de gravar em grandes gravadoras, mas deixou seu recado em três oportunidades, este compacto no ano de 1966, um vinil em 1985 já constante nos arquivos do forró em vinil e um CD em 1998 que enviarei em breve. Pedro Sousa era tudo isso e muito mais!!! Em outras oportunidades falarei muito mais deste amigo, compadre e artista forrozeiro nato. Nos deixou em 17.09.2000. Mas a sua falta ainda é sentida entre todos aqueles que tiveram a oportunidade de lhe conhecer e conviver um pouco com ele e sua musicalidade.”
Compacto – Pedro Souza – Castigando o 8 Baixos 1966 – Arte 01 Castigando o 8 Baixos (Pedro Souza) 02 Arrodeando a fogueira (Pedro Souza) 03 Xote teimoso (Pedro Souza) 04 Saudades de Várzea Alegre (Pedro Souza)
Colaboração do Francisco Alves de Almeida ”DIDI”