quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

DA MINHA LOUCURA


Que minha fúria de escrever

Seja apenas cigana mentira de mim

Que não seja profecia de nenhum

Que mereça mais que palavras escritas

Tem que ser recitada, falada

Que algum Bojar, ou Alexandres

Se arrepie na boca e vá além das palavras

Sangue misturado com lagrimas

Sou filho de um dicionário barato e antigo

Sem nenhuma regra de acentuação

Sou calado pela ansiedade que me interrompeu

Intrometida calma que se foi, para nunca mais voltar



Já me refiz sozinho para ninguém meter os dedos na minha loucura

Sou a terceira pessoa, a segunda e o primeiro para mim e de mim mesmo.

Sou o filho indesejado, não do parto ou gestação

Mas do crescido que me tornei

Renitente e sem asas que voa por ai.

Sem chão, nem teto... sem rumo.

Filho do mundo por opção

Olhar serrado de Deus

Abranjo com meus próprios erros

Das decisões que os outros tomam pra seguir.



Eu já chorei em janelas sem nenhuma paisagem

Por imaginar a melhor de uma delas

Já reguei plantas mortas e secas

Já rasguei folhas em branco por não ter poesias.

Andar na contra-mão para todos me olharem de frente

Mas nada adianta nada... nessa vivacidade loucura

Ela tem que ser vivida, cumprida e larga

Onde não caberão mais palavras, sorrisos amarelados

Quero a sinceridade da psicologia que não me explica

A falta da Fé de quando estou ajoelhado

A resposta das perguntas que me faço aos milhares



Chega de poesia barata e acentuada

Quero a mentira ilusionada da felicidade

As promessas cumpridas antes mesmo de feitas

Vou fumar até que um Santo apague meus cigarros.

Uma aurora boreal a cada milésimo de segundo

Quero ver Deus e o Diabo brigarem embaixo do meu nariz

As explicações do monstro que vejo no mesmo espelho.

Um parto acontecendo ao inverso para compreender a Vida.

E pelo menos uma, apenas uma declaração sincera

Seja de Amor ou de despedida.



(Fredericco Baggio)
http://abismodeletras.blogspot.com/

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