sábado, 20 de agosto de 2011

Encanta, de tão triste



Uma ave triste
Parda
Parada

Pousada numa árvore isolada
Recortada na neblina do tempo
Nua
No ermo

Uma ave parda pousada parada
Calada no silêncio em que cala a angústia

Uma ave despassarada
Que nenhum grito
Eco
Ou vento
Espanta

Como a tristeza
Que de tão triste
Ao poeta encanta

Uma ave pousada
Parada à espera de levantar voo
Para ser alegria
Amanhã


Henrique Pedro


http://www.luso-poemas.net

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