domingo, 21 de agosto de 2011

ODE A BATISTA DE LIMA


Quando a aurora da vida descortina
Na choupana, numa noite iluminada
Vê-se a cama de vara ensagüentada
A parteira, uma tanga e a lamparina
Soa o grito da alma feminina
Camuflado no berro de outro ser
Escapole do ventre e vem saber
Como é que acontece aqui por fora
Abre os olhos, pinota pula e chora
Estralhando este estilo de viver.

Nesta hora a novilha no curral
Quebra a corda da peia e fica em pé
O carão abandona o catolé
Para ver o menino especial
Ao romper-se o cordão umbilical
Um tufão da um giro pela serra
Um bezerro pintado pula e berra
O calor faz suar a rapadura
Por saber que aquela criatura
Cantará os valores de sua terra

És poeta das árvores do serrote
Das cidades sertões e lugarejos...
Que aprendeu a cantar os seus gracejos
Vendo o vôo elegante do capote
És poeta das tiras do chicote
E amigo fiel do cordelista
És profeta, escritor e colulista
O maior que surgiu no Cariri
Filho ilustre do amado Taquari`
És Batista de Lima, Zé Batista.

José Edson

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