Fui criança iluminada
fulgurantes eram meus irmãos
um raio brilhoso no olhar materno
chama acesa no semblante paterno
energia radiante no instante eterno
com tanto sol na minha morada
réstias e laivos de vida ensolarada
pensando ter essa luz na estrada
pensando ser sem noite a jornada
até que a manhã que em tudo existia
silenciou tanto cor do dia após dia
e de repente o sorriso e tanta agonia
com a janela fechando sozinha
a porta triste aberta dizendo adeus
olhava ao lado e não via os meus
tanta luz agora de sombras tomada
imensa família e quase mais nada
os que não partiram ficam sozinhos
negando as flores e amando espinhos
tudo se esvaindo em redemoinhos
e a casa de sol pela noite engolida
casa de sombras na tarde da vida.
Rangel Alves da Costa
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com
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