A minissérie O Brado Retumbante, de Euclydes Marinho que estreou nesta semana na Rede Globo vem causando burburinho nas redes sociais. Na minissérie, o deputado Paulo Ventura ( Domingos Montagner) é advogado, defensor irrestrito da ética na política, meio boêmio, mulherengo e um opositor ferrenho. Por um acaso do destino, o deputado se torna presidente da República de um país fictício.
Até aí, tudo bem, mas nas redes sociais a história contada por Euclydes Marinho de um político honrado, que não se deixa ser manipulado soou como uma mensagem subliminar pró-Aécio Neves que é senador por Minas Gerais e é a principal aposta do PSDB para a campanha à Presidência da República em 2014.
Não é a primeira vez que o nome do senador mineiro é citado como uma forma de promoção eleitoreira, o documentário Tancredo Neves, a travessia lançado no ano passado para celebrar a trajetória política do ex-presidente da República Tancredo Neves – avô de Aécio – foi acusado de promover o parlamentar rumo à eleição de 2014. Os comentários eram que, Aécio Neves aparece mais no documentário que o seu avô, o homenageado.
Também não é a primeira vez que uma obra televisiva é acusada de fazer campanha a favor ou contra determinado político. Em 1989, as novelas O Salvador da Pátria, de Lauro César Muniz e Que Rei Sou Eu? , de Cassiano Gabus Mendes estiveram na roda de discussão, foram acusadas de favorecerem os candidatos à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Melo.
O autor de O Salvador da Pátria recebeu ordens da direção da Globo para que mudasse a história do boia-fria, Sassá Mutema (Lima Duarte) porque tinha recebido um telefonema de Brasília impondo a mudança. Eleito deputado, o boia-fria chegaria ao poder no último capítulo, após uma organização criminosa assassinar o vice e o presidente da República. Sassá Mutema teve um final insosso.
A novela de Cassiano Gabus Mendes foi acusada de promover Fernando Collor de Melo, no fictício Reino de Avilan. Eleger um animal, o Bode Zé como rei de Avilan soou como uma forma de ridicularizar a candidatura do operário metalúrgico.
Valério Sobral
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