sexta-feira, 8 de março de 2013

COMPARE O SABÃO




  Sabão em pó – Embora seja mais utilizado para a lavagem de roupas na máquina, também pode ser usado na lavagem manual. Contém ingredientes como branqueadores e enzimas, que agem para aumentar o poder de limpeza e amaciar o tecido.
  Sabão líquido – A solução aquosa, além dos mesmos ingredientes e usos do sabão em pó, pode conter outros princípios ativos para lavagens específicas: roupas delicadas, remoção de manchas difíceis, pré-lavagem, etc. dependendo da fórmula do produto.
  Sabão em barra – É usado na lavagem manual de roupas e permite a esfregação mecânica em áreas específicas. Em sua composição entram óleos, gorduras e, normalmente, soda cáustica.

  Folha Equilíbrio, Folha de São Paulo, 05/06/2008 

História do Dia Internacional da Mulher



História do Dia Internacional da Mulher, significado do dia 8 de março, lutas femininas, importância da data e comemoração, conquistas das mulheres brasileiras, história da mulher no Brasil, participação política das mulheres, o papel da mulher na sociedade

História do 8 de março
No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Objetivo da Data 
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

Conquistas das Mulheres Brasileiras 
Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.

Marcos das Conquistas das Mulheres na História 

- 1788 - o político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres.
- 1840 - Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.
- 1859 - surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.
- 1862 - durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.
- 1865 - na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.
- 1866 - No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas
- 1869 - é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres
- 1870 - Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.
- 1874 - criada no Japão a primeira escola normal para moças
- 1878 - criada na Rússia uma Universidade Feminina
- 1901 - o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres

http://www.suapesquisa.com

quinta-feira, 7 de março de 2013

O Casamento do Moacir



A turma da favela convidaram-nos
Para irmos assistir
O casamento da Gabriela co Moacir
Aranjemos uma beca preta
e um sapato branco bem apertado no pé
E se apreparemos para ir
Na catedral lá da Vila Ré

Quando os noivos estava no altar
o padre começou a preguntar
as coisas assim em latim:

-Quarqué um de vódes aqui presente
tem arguma coisa de falar contra esses bodes?

-Seu padre, apára o casamento.
O noivo é casado, pai de sete arebento, fora o que está 
pra vim. O pai é esse aí, o Moacir

Que vexame, a noiva começou a soluçar
Porque o noivo, já passou no exame nupciá
Já acabou-se a festa, porque nóis descobriu
O Moacir era casado cinco veis lá no estado do Rio...

Osvaldo Moles e Adoniran Barbosa (João Rubinato), 1967
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adoniran...

BIOGRAFIA DE SÉRGIO SAMPAIO



Biografia

Sérgio Moraes Sampaio (Cachoeiro de Itapemirim, 13 de abril de 1947Rio de Janeiro, 15 de maio de 1994) foi um cantor e compositor brasileiro. Suas composições variam por vários estilos musicais, indo do samba e choro, ao rock'n roll, blues e balada.[1] Sobre a poética de suas composições, em que se vê elementos de Kafka e Augusto dos Anjos, que lia e apreciava,[2] declarou num estudo Jorge Luiz do Nascimento: "A paisagem urbana em geral, e a carioca em particular, na poética de Sérgio Sampaio, possui a fúria modernista. Porém, o espelho futurista já é um retrovisor, e o que o presente reflete é a impossibilidade de assimilação de todos os índices e ícones da paisagem urbana contemporânea."[3]
No dizer do cantor Lenine, Sampaio foi um nome marginalizado que equipara a Tim Maia e Raul Seixas, como um dos "malditos" da música popular brasileira.
Filho de Raul Gonçalves Sampaio, dono de uma tamancaria e maestro de banda, e de Maria de Lourdes Moraes, professora primária, era primo do compositor Raul Sampaio Cocco, autor de sucessos na voz do conterrâneo Roberto Carlos. Ali assistiu o pai compor a canção "Cala a boca, Zebedeu", quando tinha 16 anos e que veio a gravar mais tarde.[4] Tocando violão, era um artista nato que buscava mostrar seus trabalhos - "Ele estava sempre sedento para mostrar suas músicas, precisava de uma orelha e nunca fez doce para tocar", como registrou seu primo João Moraes.[1]
Aficcionado pelos programas de rádio, onde acompanhava os cantores da época como Orlando Silva, Sílvio Caldas ou Nelson Gonçalves, que o inspiravam, veio a tornar-se imitador de radialistas como Luiz Jatobá e Saint-Clair Lopes, conseguindo trabalho numa emissora da cidade natal, a XYL-9. Em 1964 tentou trabalhar no Rio de Janeiro na Rádio Relógio, retornando após quatro meses.[4]
Em fins de 1967 muda-se definitivamente para o Rio, inicialmente para tentar a carreira como radialista[4], embora não tenha conseguido firmar-se em nenhum trabalho por frequentar a vida boêmia carioca, atraído pela música e a bebida; mora em pensões baratas e até na rua, chegando a mendigar comida.[2][5]
Sergio tinha passado a cantar à noite, em bares, até que em fevereiro de 1970 demite-se da Rádio Continental para dedicar-se integralmente à música. Candidata-se no Festival Fluminense da Canção, etapa do Festival Internacional da Canção (III FIC) daquele ano, ficando entre os vinte finalistas com a música "Hei, você".[5]
No Rio de Janeiro conhece o baiano Raul Seixas, então produtor musical da gravadora CBS (atual Sony Music), dando início a uma longa amizade e parceria.[2] Raul é considerado o "descobridor" do artista.[2] Após ter feito um teste junto ao parceiro de Paulo Diniz, Odibar, acabou contratado no lugar deste, no ano seguinte, participando de diversas gravações, como parte do coro de Renato e seus Blue Caps.[5]
Assina, com o pseudônimo de Sérgio Augusto, a letra da canção "Sol 40 graus", gravada pelo Trio Ternura e que foi sucesso em 1971. O Trio gravou outras de suas composições, como "Vê se dá um jeito nisso" - uma parceria com Raulzito, com quem partilhou também "Amei você um pouco demais", gravada por José Roberto. Raul produz seu primeiro compacto em que Sergio experimenta algum sucesso com "Coco Verde", logo regravada por Dóris Monteiro.[5]
Volta a Cachoeiro em julho, onde participa do "II Festival de MPB", vencendo em primeiro lugar e ocupando também a quarta colocação. Dá início com Raul Seixas à produção de um projeto de ópera-rock, que tem as letras mutiladas pela censura do Regime Militar. Apesar disto as canções integram o primeiro disco de Raul Seixas: Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez, em que participam Míriam Batucada e Edy Star.[5]
Tenta mais uma vez vencer a quarta edição do FIC, no Maracanãzinho, com a música "No Ano 83", sendo eliminado na etapa inicial.[5]
Começa a gravar, finalmente, em 1972, ano em que sua canção "Eu quero é botar meu bloco na rua" participa do IV FIC e integra um compacto do Festival, que graças a ela vende 500 mil cópias, tornando-se sucesso no carnaval de 1973, e rendendo a Sergio o Troféu Imprensa como revelação de '72, na Rede Globo, emissora em que trabalhava o apresentador Silvio Santos.[5]
Em 1973 lança seu primeiro LP pela Philips, produzido por Raul e com o nome da canção de sucesso, com vários músicos de renome; o disco fracassa nas vendas, apesar da sua aparição em programas de televisão e da boa execução de canções como "Cala a boca, Zebedeu", de seu pai, nas rádios.[5]
Casou-se em 1974 com a também capixaba Maria Verônica Martins, afastando-se da carreira por algum tempo; o casamento durou até o final da década.[4] Tinha lançado, neste ano, com produção de Roberto Menescal, um compacto em que contraditoriamente reverencia e critica o conterrâneo Roberto Carlos.[5]
Em 1975 lança, agora pela gravadora Continental, outro compacto. No ano seguinte grava seu segundo LP, chamado "Tem que acontecer", e que conta com participações de artistas como Altamiro Carrilho e Abel Ferreira. Em 1977 mais um compacto pela Continental - "Ninguém vive por mim", último por essa gravadora. Realiza shows e tem composições gravadas por artistas como Zizi Possi, Marcos Moran e Erasmo Carlos, ficando cinco anos longe dos estúdios.[5]
Novamente se casa em 1981, com a arquiteta Ângela Breitschaft, com quem teve o filho João, afilhado de Xangai, separando-se em 1986.[4] A família da esposa patrocinara, em 1982, a gravação do compacto "Sinceramente", sem gravadora.[5]
Completamente afastado da mídia, após a separação volta para a casa paterna e em seguida para o Rio. A carreira só experimenta um recomeço quando se muda, no começo da década de 1990 para a Bahia, quando velhos sucessos são novamente lançados por Elba Ramalho, Luiz Melodia, Roupa Nova e outros. Em 1994 acerta com a gravadora Baratos Afins o lançamento de um disco com músicas inéditas, mas por consequência da vida desregrada, falece de pancreatite antes de concretizar o projeto.[5]

Homenagens

Ainda em 1975 tem um curta-metragem sobre sua vida exibido no Rio de Janeiro. Diversas homenagens ocorreram ao longo do tempo, em memória do artista, dos quais se destacam:[5]
  • Show "Balaio do Sampaio" - 1996, Rio de Janeiro, com cantores como Alceu Valença, Jards Macalé e outros, e poetas e músicos como Chico Caruso, Euclides Amaral, etc.
  • CD "Balaio do Sampaio" - 1996.
  • "Eu quero é botar meu bloco na rua" - 2000, biografia autorizada, por Rodrigo Moreira, Editora Muiraquitã
  • CD póstumo "Cruel" - 2005, lançado por Zeca Baleiro
  • "Velho bandido - O bloco de Sérgio Sampaio" - 2009, peça musical apresentada no Teatro de Arena.
  • CD "Hoje Não!" - 2009, 12 canções do Sérgio Sampaio (sendo uma delas inédita) interpretadas por Juliano Gauche & Duo Zebedeu.

Discografia

Álbuns

Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua (LP, Philips, 1973)
(reeditado como CD em 2001 pela Mercury/Universal Music, sob número 73145429932)
  1. Leros e Leros e Boleros
  2. Filme de Terror
  3. Cala a Boca, Zebedeu (Raul Sampaio)
  4. Pobre Meu Pai
  5. Labirintos Negros
  6. Eu Sou Aquele que Disse
  7. Viajei de Trem com participação de Raul Seixas
  8. Não Tenha Medo, não
  9. Dona Maria de Lourdes
  10. Odete
  11. Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua
  12. Raulzito Seixas
Tem que Acontecer (LP, Continental, 1976, reeditado em CD pela Warner Music em 2002)
  1. Até Outro Dia
  2. Que Loucura
  3. Cada Lugar na Sua Coisa
  4. Cabras Pastando
  5. Velho Bode (Sérgio Sampaio/Sérgio Natureza)
  6. O que Pintá, Pintô
  7. A Luz e a Semente
  8. Quanto Mais
  9. Tem que Acontecer
  10. O Filho do Ovo
  11. Velho Bandido
  12. O Teto da Minha Casa
  13. Ninguém Vive por Mim
  14. Quatro Paredes
Sinceramente (LP, 1982)
  1. Homem de Trinta
  2. Na Captura
  3. Tolo Fui Eu
  4. Só para o Seu Coração
  5. Essa Tal de Mentira
  6. Meu Filho, Minha Filha
  7. Cabra cega (S. Sampaio/S. Natureza)
  8. Sinceramente
  9. Nem assim
  10. Doce Melodia
  11. Faixa Seis
Cruel (CD, 2006)
  1. Em Nome de Deus
  2. Roda Morta (Reflexões de um Executivo) (S. Sampaio/S. Natureza)
  3. Polícia Bandido Cachorro Dentista
  4. Brasília
  5. Magia Pura
  6. Rosa Púrpura de Cubatão
  7. Muito além do Jardim
  8. Real Beleza
  9. Pavio do Destino
  10. Quero Encontrar um Amor
  11. Quem É do Amor
  12. Cruel
  13. Uma Quase Mulher
  14. Maiúsculo

Antologias e participações

Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 (LP, CBS, 1971)
(reeditado em CD pela Sony Music em 2010) (com Raul Seixas, Miriam Batucada e Edy Star)
  • Êta Vida (com Raul Seixas)
  • Eu Vou Botar pra Ferver (com Raul Seixas)
  • Eu Acho Graça
  • Chorinho Inconsequente (com Erivaldo Santos)
  • Quero Ir (com Raul Seixas)
  • Todo Mundo Está Feliz
  • Eu não Quero Dizer Nada
Carnaval Chegou (LP, 1972)
(Philips, 6349.058)
  • Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua (primeira gravação)
Phono 73 (LP, 1973)
(Philips)
  • Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua (ao vivo)
Convocação geral nº 2 (LP, 1975)
(Som Livre)
  • Cantor de Rádio
Balaio do Sampaio (CD, 1998)
(MZA/Polygram)
  1. Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua - Sérgio Sampaio
  2. Em Nome de Deus - Chico César
  3. Feminino Coração de Deus - Erasmo Carlos
  4. Rosa Púrpura de Cubatão - João Bosco
  5. Tem que Acontecer - Zeca Baleiro
  6. Meu Pobre Blues - Zizi Possi
  7. Pavio do Destino - Lenine
  8. Até Outro Dia - João Nogueira
  9. Velho Bode - Eduardo Dusek
  10. Que Loucura - Renato Piau
  11. Velho Bandido - Jards Macalé
  12. Cala a Boca, Zebedeu - Luiz Melodia
  13. Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua - Elba Ramalho
Sergio Sampaio (CD, 2002)
(Série Warner 25 Anos)
  1. Até Outro Dia
  2. Que Loucura
  3. Cada Lugar na Sua Coisa
  4. Cabras Pastando
  5. Velho Bode
  6. O Que Pintá, Pintô
  7. A Luz e a Semente
  8. Quanto Mais
  9. Tem que Acontecer
  10. O Filho do Ovo
  11. Velho Bandido
  12. O Teto da Minha Casa
  13. Ninguém Vive por Mim
  14. Quatro Paredes

Compactos simples

  • Coco verde/Ana Juan (1971) CBS
  • Classificados nº 1/Não adianta com participação de Raul Seixas (1972) 33745
  • Eu quero é botar meu bloco na rua (1972) Phillips/Phonogram
  • Meu pobre blues/Foi ela (1974) 6069 090
  • Velho bandido/O teto da minha casa (1975) 1-01-101-155
  • Ninguém vive por mim/História de boêmio (Um abraço em Nélson Gonçalves) (1977) 101-101-264

Videografia

fonte Wikipédia

quarta-feira, 6 de março de 2013

PARA SEMPRE O MEU AMOR


Ao te ver passar
Meu coração palpitou
Senti minhas pernas tremer
E meu corpo desmoronou
não sei o que aconteceu
Meu mundo então parou

Você veio para coroar
A minha vida de Ilusão
Que antes era cercada
de Uma grande solidão
És a flor perfumosa
Que me enche de Unção

Obrigado meu amor
Por você existir
Fazendo-me então sorrir
Eu te amo tanto
E não te deixarei partir

Se você partir
Partirá meu coração
De tristeza ficará
E a temida solidão
voltará a me seguir
Aumentando a desilusão

Agora posso dizer
Cheio de esplendor
que acabou no meu peito
Toda mágoa e dor
que você para sempre será
O meu verdadeiro amor.

Israel Batista

terça-feira, 5 de março de 2013

O OURIÇO-CACHEIRO DAS REGIÕES CAMPESTRES



   Uma névoa branca encobria o vale do Tyne (norte da Inglaterra) e o grito das gralhas-calvas ecoava longe no silêncio do anoitecer. Caminhando por uma trilha na floresta, de repente um ruído nas folhas coloridas de outono caídas ao chão chamou minha atenção. Só consegui ver de relance as finas patas traseiras de um pequeno animal sumir numa fenda na margem seca do rio por onde eu passava.
  Olhando mais de perto, avistei um ouriço-cacheiro preparando cuidadosamente a sua toca para o inverno. Ele já tinha levado ao local folhas, capim e musgo secos, e agora estava forrando o ninho para o seu sono hibernal.
  O ouriço* é um bichinho gracioso que vive nas colinas, nos prados e nas florestas. Seu aspecto é inconfundível: o pêlo da cabeça e do pescoço é grosso e marrom-esbranquiçado, mas o que mais chama atenção são os espinhos protetores de pontas amareladas. Os espinhos pontiagudos têm cerca de dois centímetro de comprimento e estão dispostos em grupos que irradiam do mesmo ponto, recobrindo a pelagem eriçada do dorso. Cada espinho tem entre 22 e 24 sulcos longitudinais e cresce quase que em ângulo reto em relação ao dorso e flancos. Perto da base, cada espinho tem uma curva acentuada, de modo que, se o animal cair de certa altura, ele conseguirá sobreviver porque os espinhos não lhe perfurarão a pele. Que maravilha de projeto!
  Quando pressente o perigo, o ouriço-cacheiro se enrola todo e vira uma bola, seus fortes músculos repuxam a couraça espinhenta que então envolve o animal por inteiro, semelhante uma mochila de pano quando se puxa a alça. Essa camada protetora cobre a cabeça, a cauda, as patas e as partes inferiores com uma manto de espinhos. Ele consegue ficar nessa posição defensiva por bastante tempo.
Inimigos naturais e outros
 
  À exceção da raposa e do texugo, o ouriço-cacheiro tem pouquíssimos inimigos naturais. Com suas poderosas garras, o texugo desenrola um ouriço com a maior facilidade e é imune aos seus espinhos. Já por várias vezes encontrei pelo campo pele de ouriço-cacheiro – provavelmente a única coisa que restou do jantar de um texugo. A raposa, por outro lado, não pode com os espinhos, mas tenta rolar o ouriço para a água, onde este é obrigado a se desenrolar para não se afogar. Sendo um bom nadador, o ouriço tem boa chance de escapar, escondendo-se nas rochas ou num buraco na margem antes que a raposa o pegue.
  Ciganos e pessoas que moram em zonas rurais comem ouriços assados no barro. Quando o barro esfria e é quebrado, os espinhos se desprendem da carne – um “prato delicioso”, segundo o livro the gypsies (os ciganos), de Jean-Paul Clébert. Hoje em dia, é triste ver um grande número desses animais serem atropelados nas estradas. Eles parecem mais vulneráveis logo que acordam da hibernação e começam a procurar alimento. Mas se o ouriço consegue sobreviver apesar de todos esses inimigos naturais e outros, pode viver até por uns seis anos e chegar a 25 centímetro.
Reprodução, hibernação e a busca de alimentos

  A reprodução ocorre entre maio e julho e às vezes a fêmea tem uma segunda ninhada em agosto ou setembro. Depois de um período de gestação de quatro a seis semanas nascem de três a quatro filhotes, cada um pesando menos de 30 gramas. Cegos e surdos, eles são muito vulneráveis por duas semanas após o nascimento. A partir daí o pêlo macio vai sendo aos poucos substituído por espinhos, e os ouricinhos também vão adquirindo a capacidade de se enrolar totalmente. Se forem perturbados antes dessa fase, de repente pulam no ar e soltam um silvo agudos, o que costuma assustar os predadores.
  A gordura acumulada durante os meses quentes sustenta o animal durante a hibernação. Nesse período, a temperatura corporal cai bastante e a respiração se torna quase imperceptível. Uma glândula especial de hibernação controla a temperatura corporal. Se fica muito baixa, glândula produz mais calor, suficiente para alertar o ouriço a procurar um lugar mais quente e protegido. Mesmo durante o sono hibernal, o animal não fica totalmente alheio ao que ocorre ao redor. Qualquer som próximo é detectado, o que faz com que ele se movimente um pouco.
  Se confinado num quintal, o ouriço-cacheiro arruma logo um jeito de escapar subindo o muro, a cerca ou até mesmo saindo pelo cano de esgoto, porque precisa de amplo espaço livre pra procurar alimento. Por esta razão, é um animal silvestre, dificilmente domesticado. E talvez seja melhor assim, pois na natureza o ouriço-cacheiro em geral está repleto de pulgas. Mas encontrar esses bichinhos cativantes e engraçadinhos numa caminhada pelas matas é sempre muito interessante, e enche o meu coração de apreço e gratidão pelo nosso criador, DEUS.

Da revista “Despertai!” Pag. 15 a 17. De 22/04/2003   

segunda-feira, 4 de março de 2013

CONHEÇA O GALGO IRLANDÊS




                     “O Gigante gentil do mundo dos cães.”
  Essa é uma das descrições do galgo irlandês. Conhece essa raça de cão? No passado havia lobos na Irlanda, além de javalis e alces gigantescos, hoje todos extintos. Dizem que o ultimo lobo da Irlanda foi morto há uns 200 anos. Antes disso, os galgos irlandeses eram famosos por caçar tantos lobos quantos outros animais de grande porte. Há uma história mais recente sobre um galgo enviado para as montanhas rochosas, nos Estados Unidos. Em 1892, conta a história, ele ”matou sozinho quarenta lobos em um inverno”. Mas não se preocupe. Esses cães não caçam nem matam pessoas.
  Segundo alguns historiadores, os galgos talvez já fossem comuns na Irlanda por volta de 500 AC. Mais tarde, os celtas não os usavam só na caça: as lendas e a história contam que os cães também iam às batalhas com reis e os guerreiros irlandeses.
  A fama dos galgos irlandeses, de serem de uma raça muito especial, correu mundo. Foram levados até Roma e apresentados na arena. Há registros de uma carta escrita em 393 DC por um cônsul romano, Quinto Aurélio Símaco, agradecendo seu irmão por enviar sete galgos irlandeses para Roma. Parece que os romanos ficaram bem entusiasmados com esses cães. “toda a Roma os olhava com admiração”, escreveu Símaco, “e imaginava que deveriam ter sido trazidos em jaulas de ferro”.
  Talvez tenha sido o grande porte desses cães que fez as pessoas acharem que seria necessário transportá-los em jaulas de ferro. Os machos atingem cerca de 86 centímetros na cernelha (ombros), mas alguns são muito maiores. O alto galgo irlandês de que se tem registro tinha mais de um metro de altura na cernelha. As fêmeas em geral são um pouco mais baixas. Com essa altura, é mais fácil para eles conseguir comida. O novelista escocês Sir Walter Scott avisou um de seus amigos para ter cuidado na hora de jantar. Senão, seu galgo irlandês, que tinha “cerca de dois metros de comprimento da ponta do focinho à cauda”, poderia “comer-lhe o prato sem nem dar ao trabalho de colocar a pata na mesa ou na cadeira”.
  Quando nascem, os galgos irlandeses são bem pequenos – pesam apenas uns 700 gramas -, mas crescem bem rápido. Uma proprietária apaixonada por esses animais diz que os filhotes são “criaturinhas fascinantes”, mas que “com rapidez surpreendente as bolinhas fofas (se transformam) em criaturas desengonçadas, de pêlo macio e pernas compridas”.
  Eles não latem muito, são meio calados. Mas quando o fazem, é um som inesquecível. Dizem que, quando certo homem ouviu um galgo irlandês latir, afirmou que era “o latido mais grave e melancólico que já (ouvira)”.
  O galgo irlandês já foi descrito como cachorro “de olhar feroz e penetrante, sobrancelhas grossas e pelagem áspera, cinza-escura” – aparentemente o tipo de cão que você desejaria evitar. Mas dizem também que ele é “tão manso que até as crianças podem brincar com ele”. Um criador experiente disse que ele é, de fato, “extremamente carinhoso”. E além, de cinza ele pode ter outras cores, como branco, castanho-dourado, ruivo ou preto.
  Famoso escritor irlandês Oliver Goldsmith cobriu-o de elogios. “O grande galgo irlandês”, disse ele, “e extremamente belo e majestoso..., o maior canino do mundo”. Ele ficou obviamente impressionado com o belo pêlo áspero e com as sombrancelhas, as pestanas e os bigodes que lhe dão o que foi chamado de “legitima expressão irlandesa”.
  Por que, então, a raça quase desapareceu? Um motivo foi sua popularidade. Os admiradores consideravam-no um presente valioso que podiam dar para gente importante, como monarcas. Assim, foram “requisitados e enviados para o exterior, a todos os cantos do mundo”, espalhado-se em pequenos números por toda parte. Além disso, depois que deixaram de ser utilizados como caçadores de lobos na Irlanda, passaram a ser negligenciados como espécie.
  Em 1839, um fã do galgo irlandês registrou a triste situação da raça nas seguintes palavras: “Deve ser motivo de tristeza que essa nobre raça de cão esteja rapidamente desaparecendo e, em poucos anos, sem dúvida ficará extinta a menos que se façam esforços extraordinários.” Havia tão poucos galgos irlandeses que não era incomum as pessoas afirmarem que o seu animal era “o ultimo da sua raça”. Mas a raça sobreviveu.
  Foi salva pelos “esforços extraordinários” de pessoas como George A. Graham. Em 1862, ele ficou sabendo da situação lamentável dessa raça e juntou todos os galgos remanescentes que pôde encontrar. Pelo cruzamento cuidadoso, conseguiu recuperar a raça. Sem a ajuda desse homem, disse um historiador em 1893, “provavelmente essa relíquia canina de uma raça forte já estaria extinta”.
  Uma admiradora da raça, a respeitada criadora de galgos irlandeses Phyllis Gardner, escreveu: “Não se pode ter certeza de nada neste mundo, mas parece que, a menos que haja alguma catástrofe, essa raça nobre está a salvo da extinção e ficará cada vez mais popular.”

Da Revista Despertai de 08/11/1999 Pag. 21,22.
            



domingo, 3 de março de 2013

Cantiga para não morrer


Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento. Ferreira Gullar

sábado, 2 de março de 2013

Canção do Exílio


Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam,
 Não gorjeiam como lá. 
 Nosso céu tem mais estrelas,
 Nossas várzeas têm mais flores,
 Nossos bosques têm mais vida,
 Nossa vida mais amores. 
 Em cismar, sozinho, à noite, 
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 Minha terra tem primores,
 Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar — sozinho, à noite
 — Mais prazer encontro eu lá;
 Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 Não permita Deus que eu morra,
 Sem que eu volte para lá;
 Sem que desfrute os primores
 Que não encontro por cá; 
Sem qu´inda aviste as palmeiras,
 Onde canta o Sabiá.

Gonçalves Dias

sexta-feira, 1 de março de 2013

Tarde no Recife




Tarde no Recife. 
Da ponta Maurício o céu e a cidade. 
Fachada verde do Café Máxime. 
Cais do Abacaxi. Gameleiras. 
Da torre do Telégrafo Ótico 
A voz colorida das bandeiras anuncia 
Que vapores entraram no horizonte. 

Tanta gente apressada, tanta mulher bonita. 
A tagarelice dos bondes e dos automóveis. 
Um carreto gritando — alerta! 
Algazarra, Seis horas. Os sinos. 

Recife romântico dos crepúsculos das pontes. 
Dos longos crepúsculos que assistiram à passagem 
[dos fidalgos holandeses. 
Que assistem agora ao mar, inerte das ruas tumultuosas, 
Que assistirão mais tarde à passagem de aviões para as costas 
[do Pacífico. 
Recife romântico dos crepúsculos das pontes. 
E da beleza católica do rio.

 Joaquim Cardoso
poeta recifense