segunda-feira, 4 de março de 2013

CONHEÇA O GALGO IRLANDÊS




                     “O Gigante gentil do mundo dos cães.”
  Essa é uma das descrições do galgo irlandês. Conhece essa raça de cão? No passado havia lobos na Irlanda, além de javalis e alces gigantescos, hoje todos extintos. Dizem que o ultimo lobo da Irlanda foi morto há uns 200 anos. Antes disso, os galgos irlandeses eram famosos por caçar tantos lobos quantos outros animais de grande porte. Há uma história mais recente sobre um galgo enviado para as montanhas rochosas, nos Estados Unidos. Em 1892, conta a história, ele ”matou sozinho quarenta lobos em um inverno”. Mas não se preocupe. Esses cães não caçam nem matam pessoas.
  Segundo alguns historiadores, os galgos talvez já fossem comuns na Irlanda por volta de 500 AC. Mais tarde, os celtas não os usavam só na caça: as lendas e a história contam que os cães também iam às batalhas com reis e os guerreiros irlandeses.
  A fama dos galgos irlandeses, de serem de uma raça muito especial, correu mundo. Foram levados até Roma e apresentados na arena. Há registros de uma carta escrita em 393 DC por um cônsul romano, Quinto Aurélio Símaco, agradecendo seu irmão por enviar sete galgos irlandeses para Roma. Parece que os romanos ficaram bem entusiasmados com esses cães. “toda a Roma os olhava com admiração”, escreveu Símaco, “e imaginava que deveriam ter sido trazidos em jaulas de ferro”.
  Talvez tenha sido o grande porte desses cães que fez as pessoas acharem que seria necessário transportá-los em jaulas de ferro. Os machos atingem cerca de 86 centímetros na cernelha (ombros), mas alguns são muito maiores. O alto galgo irlandês de que se tem registro tinha mais de um metro de altura na cernelha. As fêmeas em geral são um pouco mais baixas. Com essa altura, é mais fácil para eles conseguir comida. O novelista escocês Sir Walter Scott avisou um de seus amigos para ter cuidado na hora de jantar. Senão, seu galgo irlandês, que tinha “cerca de dois metros de comprimento da ponta do focinho à cauda”, poderia “comer-lhe o prato sem nem dar ao trabalho de colocar a pata na mesa ou na cadeira”.
  Quando nascem, os galgos irlandeses são bem pequenos – pesam apenas uns 700 gramas -, mas crescem bem rápido. Uma proprietária apaixonada por esses animais diz que os filhotes são “criaturinhas fascinantes”, mas que “com rapidez surpreendente as bolinhas fofas (se transformam) em criaturas desengonçadas, de pêlo macio e pernas compridas”.
  Eles não latem muito, são meio calados. Mas quando o fazem, é um som inesquecível. Dizem que, quando certo homem ouviu um galgo irlandês latir, afirmou que era “o latido mais grave e melancólico que já (ouvira)”.
  O galgo irlandês já foi descrito como cachorro “de olhar feroz e penetrante, sobrancelhas grossas e pelagem áspera, cinza-escura” – aparentemente o tipo de cão que você desejaria evitar. Mas dizem também que ele é “tão manso que até as crianças podem brincar com ele”. Um criador experiente disse que ele é, de fato, “extremamente carinhoso”. E além, de cinza ele pode ter outras cores, como branco, castanho-dourado, ruivo ou preto.
  Famoso escritor irlandês Oliver Goldsmith cobriu-o de elogios. “O grande galgo irlandês”, disse ele, “e extremamente belo e majestoso..., o maior canino do mundo”. Ele ficou obviamente impressionado com o belo pêlo áspero e com as sombrancelhas, as pestanas e os bigodes que lhe dão o que foi chamado de “legitima expressão irlandesa”.
  Por que, então, a raça quase desapareceu? Um motivo foi sua popularidade. Os admiradores consideravam-no um presente valioso que podiam dar para gente importante, como monarcas. Assim, foram “requisitados e enviados para o exterior, a todos os cantos do mundo”, espalhado-se em pequenos números por toda parte. Além disso, depois que deixaram de ser utilizados como caçadores de lobos na Irlanda, passaram a ser negligenciados como espécie.
  Em 1839, um fã do galgo irlandês registrou a triste situação da raça nas seguintes palavras: “Deve ser motivo de tristeza que essa nobre raça de cão esteja rapidamente desaparecendo e, em poucos anos, sem dúvida ficará extinta a menos que se façam esforços extraordinários.” Havia tão poucos galgos irlandeses que não era incomum as pessoas afirmarem que o seu animal era “o ultimo da sua raça”. Mas a raça sobreviveu.
  Foi salva pelos “esforços extraordinários” de pessoas como George A. Graham. Em 1862, ele ficou sabendo da situação lamentável dessa raça e juntou todos os galgos remanescentes que pôde encontrar. Pelo cruzamento cuidadoso, conseguiu recuperar a raça. Sem a ajuda desse homem, disse um historiador em 1893, “provavelmente essa relíquia canina de uma raça forte já estaria extinta”.
  Uma admiradora da raça, a respeitada criadora de galgos irlandeses Phyllis Gardner, escreveu: “Não se pode ter certeza de nada neste mundo, mas parece que, a menos que haja alguma catástrofe, essa raça nobre está a salvo da extinção e ficará cada vez mais popular.”

Da Revista Despertai de 08/11/1999 Pag. 21,22.
            



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