sexta-feira, 18 de março de 2011
PROTESTO DE MULHER
Em oito pés de Quadrão
Vou cantar preste atenção
Não venha dizer que não
Que não vou lhe obedecer.
Eu sou cria nordestina
E canto desde menina
Meu canto é minha sina.
Dispenso seu parecer.
*
Você que se diz poeta,
Do repente um atleta
Dono de obra completa
Que segue a tradição.
Você que dá nó em tripa
Em todos mete a ripa
Vá voar com sua pipa
Distante deste meu chão
*
Não venha meter colher,
No meu canto de mulher
Que canta como bem quer
Sem nunca se acanhar.
Sei que não sou repentista,
Sou um tanto anarquista
Mas se eu estou na pista
Não cheguei para apanhar
*
Eu não sou desaforada,
Nem tão pouco afamada
Só sigo a minha estrada.
Se quiser me acompanhar,
Eu digo: não sou novela!
Não caia nesta esparrela
Em mim você não atrela,
Pode o seu rumo Tomar.
*
Se você é sol sou lua
Que também hoje atua.
Meu canto levo pra rua
Já escapei do fogão!
Não fujo de cantoria,
Onde a dona poesia
Sai da boca de Maria
Que pisa firme no chão.
*
Homem deixe de besteira
Não estou de brincadeira
Meu canto não é asneira
Pra você me censurar
Deixe de ser egoísta
Com este canto machista
Vá baixando sua crista
Pois não vou lhe aturar
*
Em oito pés de quadrão,
Tomei minha decisão,
Fiz minha reclamação,
Pois o momento requer.
A mulher quer liberdade,
Pra cantar sua verdade
E ter na realidade
Seus louros como mulher!
*
Texto: Dalinha Catunda
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