quarta-feira, 27 de abril de 2011
O filho do vento
Quando Brahma, o deus criador, descansava, derramou uma lágrima sobre o chão de ouro do monte Meru e assim nasceu o primeiro macaco.
Um dia, ao contemplar seu reflexo no lago e pensando se tratar de um inimigo, o maçado se atirou nas águas, mergulhou até o fundo mas não encontrou ninguém. Ao sair, havia se transformado numa fêmea.
O grande Indra se apaixonou por aquela linda macaca e dessa união nasceu Vali. Surya, o Sol, também se enamorou dela e desse encontro nasceu Sugriva.
Numa ocasião em que a mãe banhava os filhotes no lago, ficou toda respingada da água que os macaquinhos lhe atiravam e, nesse momento, percebeu que havia voltado a ser macho. Levou, então, os filhos até Brahma e este deu a Vali uma cidade da qual ele se tornou rei. Mas nada deu a Sugriva.
O primeiro macaco foi morar no céu e lá de cima viu que Vali parecia ter o domínio de tudo. Então pediu a Vayu, o deus do vento, que gerasse um filho macaco, a fim de que se fosse o fiel amigo de Sugriva.
Um dia, quando soprava no alto de uma montanha, o deus do vento encontrou uma bela macaca sonhadora que passeava distraída. Vayu se uniu a ela e nasceu Hanuman, cujo nome significa “o que tem mandíbulas fortes”.
Porém, a macaca abandonou o filhote na entrada de uma caverna e foi embora.
Sozinho e com fome, Hanuman se pós a correr atrás do sol para devorá-lo. Isso provocou a raiva de Rahu, a cabeça sem corpo, engolidora do sol e provocadora dos eclipses.
Rahu reclamou com Indra e ele, montando em seu elefante Airavata, derrubou Hanuman com um raio. Na queda, o macaco quebrou a mandíbula.
Vayu tomou o filho ferido nos braços e tal foi sua tristeza que se recolheu no interior de uma caverna, recusando-se a ventar. De repente, desapareceram as dez formas de vento e o mundo parou de respirar.
Os deuses apavorados com o perigo que ameaçava toda a criação, imploraram o perdão de Vayu e ofereceram a Hanuman o dom da imortalidade, a coragem total e o poder da cura.
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