domingo, 2 de outubro de 2011

DEUS OU NATUREZA


Sou filho da natureza

Eterna sabedoria

Esta fonte de energia

Deste céu e redondeza

Este espaço de largueza

De onde alguém partir

Por mais que possa seguir

Sempre fica no meio

Por mais que faça rodeio

Não pode dele sair.

É um mistério profundo

Esta lei da criação

Tudo em movimentação

Os astros e nosso mundo

Diz a história segundo

Que a suprema divindade

Com seu poder e vontade

Fez esta imensa grandeza

Que chamamos natureza

Deus ou eternidade.

Que existe Deus é verdade

Eu vejo no pensamento

Neste vasto firmamento

Em sua profundidade

Na lei da eternidade

Que encerra tudo assim

Bom médio e ruim

Dando a tudo condição

Na obra da criação

Cada coisa para um fim.

Deus é este poder

Que o universo domina

E cada astro combina

No espaço a se mover

Sua órbita percorrer

Em grande velocidade

Forma a lei da gravidade

De mudança e rotação

Tudo em certa direção

Obedecendo a vontade

Deste poder eterno

Onisciente e criador

Que deu o perfume à flor

E fez o amor materno

O coração meigo e terno

De uma esposa fiel

O homem de bom papel

Honesto e de confiança

O riso de uma criança

Que tem doçura de mel.

Uma célula se movendo

Já lutando pela vida

Com óvulo sendo unida

O útero lhe acolhendo

Aonde fica vivendo

Se alimenta sem comer

Sentindo gosto e prazer

E calmamente descansa

E uma linda criança

Com nove meses nascer.

O uirapuru que canta

Com uma fascinação

Chamando tudo atenção

Macaco veado anta

Sua harmonia é tanta

Que domina a passarada

Fica em derredor calada

Ouvindo a linda seresta

Do músico da floresta

Como uma coisa encantada.

Uma abelha tão pequena

Sem livro sem instrução

Sem ter uso de razão

Voa no campo serena

E sem precisar de pena

Do homem foi professora

Do mel sendo autora

Mostrou mais inteligência

De onde vem a ciência

E da mente criadora

A água criadora

Sem um segundo parar

Se balançando no mar

E pelo aquecimento

Sobe para o firmamento

Até certa região

Por meio da condensação

Em chuva se transformando

Ao oceano voltando

Fazendo a circulação.

Este mistério da morte

Que não respeita ninguém

Leva sem olhar a quem

Que seja fraco ou forte

E não depende de sorte

Sua justiça é legal

Seguindo a lei natural

Cumprindo com seu dever

E não existe poder

Para dela ser rival.

Mas de cem mil anos luz

Pra via-láctea atravessar

E quando ela passar

Outra galáxia reluz

Nos confins dos céus azuis

Milhões de estrelas brilhando

O espaço assim mostrando

O cosmos em sua grandeza

E o poder da natureza

Os homens desafiando

Tudo isto é Deus

Aos homens se manifestando

O crédulo está notando

Todos os prodígios seus

Só os bobos dos ateus

Em sua louca presunção

Desobedecem à razão

Descrendo nesta verdade

Dos feitos da divindade

Na obra da criação.

MIGUEL ALVES DE LIMA. (Miguel DelFonso das Panelas)

Poeta varzealegrense

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