segunda-feira, 18 de março de 2013

ACRÓSTICO DOMINGUINHOS




DOMINGUINHOS nasceu em 1941
O precoce prodígio do Sertão
Mensageiro da sanfona e do baião
Indomável como o chão dos Inhamuns
Natural do Sertão de Garanhuns
Glória viva e referência brasileira
Um guerreiro nordestino na trincheira
Implacável tem a música por doutrina
Na garganta canta as glórias nordestinas
Hino vivo de louvor à nossa terra
Operário padrão do ¨pé de serra¨
Soberano no fole da concertina

DOMINGUINHOS é a vida do Sertão
O cantador do Nordeste por ofício
Muito jovem partiu para sacrifício
Impetuoso na puxada do baião
Na alma, no sangue, DNA e coração
Geneticamente dotado em sua saga
Um belo dia topou com Luiz Gonzaga
Iluminado cantador dos queixumes nordestinos
No lugar e hora certos cruzava com seu destino
Homem da terra, sua emoção veio à tona
Observando um garoto menor do que a sanfona
Sua mão e seu amor estendeu para o menino.

DOMINGUINOS aceitou o seu padrinho
O procurando uns sete anos depois
Mistura fina pra fazer baião de dois
Imortais do planeta nordestino
Nunca mais seu LUIZ lutou sozinho
Guia certa para os rumos do forró
União pra fazê-lo bem melhor
Intravenaram-no, com a urbanização
Num momento difícil do baião
Hostilizado, andarilho e peregrino
O forró retomava o seu destino
Sacerdócio do menino de Chicão.

DOMINGUINHOS nas suas horas vagas
Ostentava com amor seu instrumento
Misturava outros ritmos do momento
Influências oriundas de outras plagas
No entanto sem trair Luiz Gonzaga
Garanhuns, uma saudade insistente
Uma prova de amor forte e pungente
Induzida pela força da paixão
Na cabeça; esperança, fantasia e ilusão
Homem forte, como forte é sua crença
O destino decretou justa sentença
Sanfoneiro nordestino, nasceu pra tocar baião

DOMINGUINHOS, foi simbora do Sertão
Oprimido como quem não tem vez
Motivado por excesso de escassez
Imbuído dos projetos do baião
Na coragem arrumou seu matulão
Gargarejando soluços de saudade
Ultrajado por deixar sua cidade
Indeciso na hora da despedida
Na história foi um ponto de partida
Hospedeiro da cultura nordestina
Os seus sonhos na alma cristalina
Seu sorriso era uma lição de vida

DOMINGUINHOS foi pro Rio de Janeiro
Onde começou o seu trabalho
Muitas vezes, sem caminho e sem atalho
Intimidado como qualquer forasteiro
Nessa época só se falava em roqueiro
Guitarrista, bossa nova, tropicália e festivais
Ufanista Jovem Guarda, sem tradições culturais
Implantava o modismo no País do apagão
Nem de mal se falava do baião
Haja saco, intestino e paciência
Os movimentos vieram com tanta resistência
Sanfoneiro tocava roque nas tertúlias do Sertão

DOMINGUINHOS,é nordestinamente tinindo
Ousadia, resistência e competência no trabalho
Menestrel de Pernambuco na cidade de S. Paulo
Importantíssimo reduto para tantos nordestinos
No trajeto tortuoso do seu destino
Gotejavam acordes da sanfona
Um alento para alma, pro pensamento carona
Inexoravelmente um cantador do Sertão
Na puxada do seu fole, sucessor do Gonzagão
Herdeiro do território do Maranhão a Bahia
O filho de Garanhuns, segundo na dinastia
Subiu ao trono por mérito, no reinado do baião

DOMINGUINHOS, fez de sua discografia
Ofertório de verdade e sentimento
Misturando na sanfona uns condimentos
Insinuantemente para espalhar alegria
Nas suas tantas e memoráveis parcerias
Garimpava num cascalho de emoções
Uma penca interminável de canções
Injetando no Brasil de ponta a ponta
Na medida em que seu fole chora e ronca
Hoje os sonhos, as estradas e as ladeiras.......
O sucesso, os percalços, o cansaço e a poeira.
São detalhes das historias que ele conta

Tibúrcio Bezerra

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