terça-feira, 29 de junho de 2010

Outra canção do exílio



(Inspirada na poesia "Nova canção do exílio"
de Ferreira Gullar)


Meu amado tem palmeiras
onde eu faço o meu ninho,
Se me deito em seu colo,
vem encher-me de carinho.

Quando a ele me achego,
no seu corpo em desalinho,
se me abraso nesse fogo,
sou um livre passarinho.

Meu amado tem palmeiras,
onde entoou o meu cantar,
Sou qual ave de rapina
do seu corpo a se alimentar.

Permaneço perto dele
com Deus a abençoar,
pois se fico sem seu cheiro,
ah, que saudade me dá!
Só meu amado tem palmeiras
onde eu posso me aninhar.

E assim quero viver,
eternamente a cantar,
ao lado do meu amado,
com seu amor a me abrasar.
Só meu amado tem palmeiras,
onde eu serei seu sabiá.

Márcia Kaline

Nenhum comentário:

Postar um comentário