Faço versos. A noite me convida
Para o sonho ante a musa e os horizontes
Já neste outono de tão longa vida,
Sim, cada vez mais curtos entre montes
Que me separam da infância querida.
Com os desmandos do mundo (nem me contes
Vanglórias, ó leitor), sigo na vida
Sem agir, todavia, a brutamontes.
Não deixarei, para fazer, jamais,
Só amanhã o que posso fazer
Hoje, graças a Deus, entre os mortais.
Por isso mesmo, até posso dizer
Que manhã, talvez, tarde até demais,
mormente para alguém, no entardecer.
Sinésio Cabral
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