Meses atrás ressurgiram debates sobre a qualidade das músicas que mais tocam no rádio e na televisão. A discussão chegou na Assembléia Legislativa da Bahia, onde tramita projeto de lei que proíbe a contratação pelo poder público de bandas que tocam músicas de duplo sentido e agridem os ouvidos e a dignidade da mulher.
Contudo, não se trata de nenhuma novidade, essas polêmicas músicas sempre povoaram o imaginário e o gosto popular. Em várias épocas artistas já usaram desse artifício para aumentar suas vendas de discos e obter sucesso.
Toda esse debate me trouxe à memória os forrós que frequentava em Fortaleza na década de oitenta. Eu adorava me divertir nos salões do Gresse, B-25 e Tauape Club, locais de eventos relativamente próximos ao apartamento onde morava.
Porém o auge desses momentos festivos se dava na AABEC, localizada na distante Praia do Futuro. Nas noites de sábados, depois que nos encontrávamos na Praça da Feirinha da 13 de Maio, no Bairro de Fátima, o primo Carvalho, único a possuir carro, nos levava até o clube dos funcionários do extinto banco cearense.
Que me perdoem os puristas e os autores do discutido projeto, mas, sem hipocrisia, preciso admitir que já me esbaldei nos ritmos das músicas de duplo sentido. Na A.A.B.E.C e em outros clubes dancei por diversas vezes na companhia de animadas jovens ao som alegre das músicas de cantores irreverentes, como o inesquecível Alípio Martins.
E já naquela época, há cerca de trinta anos, as letras mais cantadas do artista paraense traziam polêmicos e divertidos versos, tais como: “tira, tira tira a calcinha(...); eu quero gozar, a vida com você(...);lá vai ele, com a cabeça enfeitada(...)
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