Existem pessoas que são verdadeiros mestres
em oratórias. Conseguem convencer com as palavras porque as emprega
corretamente. Contudo, quando precisam passar uma idéia para o papel ela não
flui, o texto torna-se repetitivo e embaraçado, e a pessoa não consegue se
fazer entender.
Falar bem é necessário, mas escrever bem é
primordial. Se o discurso convence – e até mesmo um discurso precisa se
previamente escrito para que saia bom – a escrita prova. É a escrita que
eterniza o momento, registra o cotidiano, conta a história do homem com suas
angústias e medos; retrata a dor e o prazer. O homem escritor morre, mas sua
essência fica no papel. Sentimentos, pensamentos, ideologia, ódios e amores são
capazes de revelar, nas entrelinhas, o tipo de pessoa que era.
Grande parte da história do povo egípcio foi
descoberta através da escrita. Um povo muito evoluído que registrou até nas
paredes a própria vida, deixando-nos um importante legado.
No entanto escrever bem é um dom, quase um
instinto. Conheço pessoas que mal sabem identificar o sujeito em uma frase,
entretanto seus textos são de uma sensibilidade e clareza invejáveis, porque
sabem organizar as idéias e dispô-las numa seqüência tal, que transformam
textos em artes.
Isso significa que é bom ter método, conhecer
regras gramaticais, como também saber identificar a hora de jogar fora todos os
planos e comportamentos consagrados para obedecer unicamente ao instinto.
Eletícia Quintão
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