Jornalista não é produto de bancas escolares.
É uma pessoa capaz de se fazer entender, com espírito crítico e elevado dom
investigativo. Pode até ser lapidado em universidades, mas não se fabrica
jornalista. É estranho assim, que se exija diploma ou que se queira
regulamentar as suas atividades autônomas e autodidatas; originária dos
grafólogos da idade da pedra e cuja comunicação alcança a moderna internet,
larga usuária de simbologias e imagens. Seu principal censor já existe desde o
raiar dos tempos, na figura de sua majestade o Leitor.
Textos sem substância são reprovados na hora
e seus autores alijados naturalmente, sem necessidade de doutos policiando o
que escrevemos, com poder de vida ou morte aos escritos, a exemplo do ocorrido
no filme “Farenheite 451”, quando um governo opressor proíbe a literatura, como
forma de manter o controle da opinião pública, e um grupo de bombeiros é
encarregado de atear fogo às coleções de livros encontradas. Curioso pelo mundo
dos livros, o bombeiro Montag começa a questionar a moralidade e as intenções
do sistema. Ele se apaixona por uma bela jovem que faz parte de um grupo
rebelde, pró-literatura, e também se encanta pelos livros. Decide rebelar-se e,
após incinerar seu chefe, foge para aquela comunidade que memoriza os livros e
recita os textos para quem quiser ouvir. É óbvio que a preservação do escrito
em livros e reportagens é imprescindível para as civilizações, tanto que o novo
mundo tecnológico digitaliza e arquiva textos e imagens, compondo os atuais
livros eletrônicos (e-books) que nos permitem ler em qualquer lugar ou hora,
muito além das bibliotecas antigas.
O jornalista investigativo ou não, só tem um
compromisso fundamental: a verdade.
José Artur Paes Vieira de Melo
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