Várzea Alegre uma pequena cidade do sertão
cearense, que dista uns 400
km de distância de nossa capital Fortaleza. Conta-nos a
história que no princípio do século XVIII, dois irmãos portugueses, o capitão
Agostinho Duarte Pinheiro e o alferes Bernardo Duarte Pinheiro, chegando ao
Ceará, associaram-se com o cearense Vasco da Cunha Pereira, para solicitarem
umas datas de sesmarias às margens do riacho do Machado, naquela época
denominado riacho do Coroatá. Por despacho de 23 de fevereiro de 1718 foi lhe
concedida à data citada, numa extensão de nove léguas, com uma légua para cada
lado do referido riacho.
Decorridos aproximadamente dois
anos, acompanhados de alguns amigos, resolveram fazer uma excursão ao longo de
sua propriedade; chegando ao local onde existia uma lagoa, toda circundada por
floresta virgem, onde havia pássaros em grande quantidade e de várias espécies,
ficaram parados, a contemplar aquela paisagem maravilhosa, divisando uma bela
planície de adorável clima e escutando aquele cantar alegre de pássaros; um dos
componentes da caravana, admirado com aquele belo e magnífico panorama,
proferiu essa concisa e significativa frase: “Que Várzea Alegre!”. Essa frase
impressionou a todos que sugeriram que o nome fosse colocado no lugar. Daí
originou-se o nome de Várzea Alegre, que foi evoluindo, de fazenda a povoação,
a vila, a distrito e até chegar à cidade, e conservou esse nome até os dias
atuais sem nunca ter mudado, se tornando um dos poucos municípios que nunca
trocou de nome.
Nossa cidade é rica em cultura em cada beco
se encontra um artista, mas tem um fato que ocorreu em nossa cidade que o
projetou nacionalmente. No meado do século vinte em nossa pacata cidade nasceu
um cidadão por nome de José Clementino.
O tempo foi passando, e ele
vendo esses casos engraçados e pitorescos, decidiu musicar, e ao terminar a sua
obra mostrou ao nosso rei do baião Luiz Gonzaga, que decidiu gravar a música
“Os contrastes de Várzea Alegre”, que projetou Várzea Alegre definitivo no
Brasil inteiro cognominado de ‘Terras dos contrastes’. Daí por diante a
população resolveu aderir esta alcunha que estes contrastes estavam atraindo
turistas para conhecerem essa famosa terra. Várzea Alegre hoje se orgulha de
seus contrastes, muitos se têm falado aonde um varzealegrense chega já divulga
esses contrastes. Quando estamos em outras cidades já nos indagam: “qual o novo
contraste?” e por aí vai, e o varzealegrense que é apaixonado por sua terra vai
desfilando seus causos sem inventar, mas aumentando.
Hoje Várzea Alegre tem uma cultura sólida,
não é só contrastes que fazem a nossa cultura. Nela temos violeiros, poetas,
compositores, pintores, Artistas plásticos, radialistas e jornalistas conhecido
em todo Brasil ,
mas sinto que uma parte precária de apoio é área literária, falta ainda um
incentivo maior, e Várzea Alegre é um grande celeiro de poetas, cronistas,
romancista e trovador. Temos grandes repentistas, que talvez jazam no
esquecimento, temos que pedir para as autoridades competentes que olhem para
esses artistas, pois a arte poética é a arte mais bela que existe na
humanidade. E nesse memorando venho mostrar um pouco da cultura de nosso povo.
Na poesia temos Bidinho (in memorian), Miguel Alves de Lima (in memorian),
Joaquim José de Oliveira (in memorian), Israel Batista (também cronista),
Cláudio Sousa, Antonio de Oliveira (violeiro), Sinésio Cabral dentre outros. Na
prosa temos Padre Vieira (in memorian), doutor José Ferreira (in memorian),
Irandé Antunes, Irismar Araripe, Paulo Sérgio Viana Bezerra, etc. Temos que
valorizar todas as artes artísticas para que
não se crie um novo contraste pejorativo. Várzea Alegre ser a única
cidade do estado que não valoriza a sua cultura.
Parabéns Israel, nossa terra é rica não somente de dinheiro, mas de artistas como você, grande pensador, inteligente e que valoriza demais a nossa cidade! Sucesso sempre!
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