sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

CASA ABANDONADA


Resolvi um certo dia
rever minha ex morada.
A casa que foi zelada,
quando a esposa existia,
com a morte de Maria,
tudo ficou diferente.
A casa caindo a frente,
o predio deteriorado.
tudo que fiz no passado
se liquidou no presente.
Logo assim que fui entrando,
na triste casa esquisita,
vi mais de um parasita
pela paredes pousando.
Eu ai fui procurando
um retrato ou qualquer coisa,
só encontrei um quadro gravado
entre dois postais,
com as tres iniciais
do nome de minha esposa.
Nas paredes laterais,
quando eu entrei fui vendo:
araquinídios tecendo
várias teias naturais.
Tudo aquilo era sinais
de uma mulher falecida.
Eu já de alma abatida ,
me sentei lá no batente,
onde era antigamente
nosso quarto de dormida.
No quarto em que ela dormia,
somente os grilos chiavam,
como que arremedavam
o resonar de Maria.
Vi um pedaço de vela e um pedaço de fita,
empoeirado bem comprido,
quase imitando os gemidos ,
na hora da morte dela.
Eu sai pela janela
e fui chorar meus desenganos,
em pensar que a tantos anos
morei ali com Maria.
Hoje só resta saudade .
Adeus até outro dia.

De Quinco Limeira


Pai de Valdir Limeira

*Peço desculpas se não ficou bem organizado pois me enviaram em forma de texto e eu adaptei aos versos.

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