quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Do Terceiro Mandamento, quem lembra?
Ao me deparar com algumas manchetes de jornais e periódicos, ao ver e ouvir alguns canais de TV, ao ler só o assunto de emails (insistem em me mandar!) de postes de alguns sites ou blogs, a impressão que tenho é de que ao invés de presidente para o país, escolheremos um líder religioso...
No disse-não-disse eleitoral não vislumbro nenhuma chance de qualificar o debate... Aliás, querer que acreditemos que todos os nossos problemas como nação se resumem a que candidato A ou B assuma tal ou qual postura, que qualquer questão se resolva através do viés religioso é, no mínimo, subestimar nossa capacidade de pensar, seriamente, cada problema desse país.
Não deixo de me perguntar que tempos são esses em que o que seria valor intrínseco, inerente a cada cidadão ou cidadã (honestidade, seriedade, caráter, hombridade...) seja critério definidor de votos...
Não deixo de me perguntar que tempos são esses em que os que se dizem religiosos são os que se utilizam de valores e princípios como moeda de troca, como reles cabos eleitorais...
Não deixo de me perguntar que tempos são esses em que preconceito e intolerância, venham de onde vier, ao invés de serem combatidos, buscam a tutela midiática e do poder constituído e o que é pior, encontram eco, apoio...
Não deixo de me perguntar que tipos de líderes são esses...
Da Série Interrogativas...
EDNA LOPES
Publicado no Recanto das Letras em 10/10/2010
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