Não venha com cobranças
Nem velhas lembranças
Sou passáro livre
Sem lugar certo para pousar
Do triste passado teci com lágrimas e
paciência um lindo presente
E por ironia em nome de "que"
me dei de presente
Neste pequeno ato fui perdendo de fato
o antes de prata e com muito tato
transformei em ouro o depois
Remendando os avessos, juntando as
lembranças mesmo sem esperanças cheguei aqui.
Nas noites de amargura com coragem desfilei
meus sonhos e neles acreditei
Dos meus cacos enfim me livrei.
Não...não me venha com cobranças
agora que me juntei
Você bem sabe que esse
preço
eu
já
paguei
Maria Marta Cardoso
Publicado no Recanto das Letras em 16/10/2010
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