domingo, 6 de junho de 2010

ZELO DE AMAR O DOLOROSO


“O poeta é um fingidor...”
Fernando Pessoa.

Cantar o amor é decantar
o espelho das ausências...

Quando o poema tem
esse ar distraído de que
é possível superar
a falta do que amamos,
percebe-se o poeta
(e sua aura de espinhos)
na ótica rasa do terceiro
destrambelhado.
O outro só olha o feito
e não o teor do escrito.

E dentro de nós somente o fetiche
de sermos inteiros, imolados
no exemplar bíblico
das dores do Homem..

Joaquim Moncks

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