sábado, 3 de setembro de 2011

OS DOIS LEANDROS


Recebi um recadinho pedindo o endereço para enviar-me um livrinho, presente de Armando Lopes Rafael. Sorri ao ler, pois jamais poderia ser um livrinho algo escrito por um escritor e historiador da qualidade de Armando Rafael.Hoje pela manhã, retirei da caixa de correspondencias o prometido. É realmente um livrinho de bolso, mas um grande livro em conteúdo sobre a história de dois grandes cratenses, Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro e Dr. Leandro Bezerra Monteiro. Com o título OS DOIS LEANDROS.O devorei com os olhos imediatamente, maravilhada pelo conteúdo importantíssimo sobre a história desses dois grandes nomes cratenses e os relatos paralelos sobre a nossa região do Cariri.Diz Armando Rafael :" Ambos, avô e neto, receberam o mesmo nome: Leandro Bezerra Monteiro.O primeiro passou à história como o Brigadeiro Leandro e viveu entre 1740 e 1837. O segundo, o advogado Leandro, viveu entre 1826 e 1911 e foi magistrado, político de destaque e conhecido líder católico, no reinado de Dom Pedro II . Sobre o brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, podemos afirmar que a sua memória foi Programaticamnete "esquecida", a partir de 15 de Novembro de 1889, devido ao golpe militar que implantou a forma de governo republicano no Brasil. Costuma-se dizer que a história é sempre escrita pelos vencedores. Os revolucionários de 1817, derrotados pela contrarrevolução do monarquista brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, passaram a ser exaltados com heróis, após a Proclamação da República. Seus feitos recebem proporções maiores que as reais, tanto nos meios de comunicação, como por parte de alguns historiadores. Do brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro pouco se fala. Quando se escreve sobre o efémero movimento que foi a Revolução Pernambucana de 1817, em terras do Cariri cearense, omite-se a decisiva participação do brigadeiro Leandro ao debelar a revolta, como também a coragem pessoal e cívica deste, naquele episódio. A fidelidade à Monarquia, por parte de Leandro Bezerra Monteiro, motivou a concessão - partida de Dom Pedro I - da honraria ao ilustre cratense do primeiro generalato honorário do Exército brasileiro. Àquela época, embora em desuso, o posto de brigadeiro correspondia - na escala hierárquica do Exército Imperial - à patente de general. Outras também foram as virtudes e qualidades do brigadeiro Leandro como veremos neste livrinho. E tão grande foi o seu valor que a sua fama refugirá sempre, cada vez mais, pelos séculos futuros!No tocante ao neto do brigadeiro, conhecido como Dr. Leandro Bezerra Monteiro, diga-se, de passagem, que foi um honestíssimo magistrado, bem como deputado de projeção, em várias legislaturas, tanto na Assembleia da Província de Sergipe, como no Parlamento do Império, durante o segundo reinado. Igual ao avô, Dr. Leandro deixou no imaginário popular e na memória dos pósteros o exemplo de um católico fervoroso e monarquista fidelíssimo."Pela introdução, podem imaginar o que contém neste "livrinho" maravilhoso em relatos sobre a história do Cariri e da nossa gente. Escrita agradável, simples e correta como tudo que Armando escreve...Obrigada Armando pelo estimado presente que fará parte do meu tesouro sobre o Crato. E para finalizar transcrevo mais um trecho do grande livrinho."A beleza da tarde, a frescura vivificante da atmosfera e a opulência da paisagem, tudo tendia a produzir uma alacridade de espírito que só o amante da natureza pode experimentar e que, em vão, desejei fosse duradoura, porquanto me sentia bem não só comigo mesmo, como em paz com todos sobre a terra".(George Gardner, naturalista escocês em visita ao Cariri, em 1838, assim se expressou, ao chegar ao Crato)Com os meus cumprimentos,

Edilma Rocha

Título posto por mim

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