quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
NESSE VALE DO MACHADO DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL
Quem chegou aqui primeiro
Com título de capitão
Na companhia do irmão
Foi Agostinho Pinheiro.
Tomou a posse ligeiro
Reconheceu o local,
Retornou a Portugal
E o irmão ficou apossado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.
Aqui o padre Vieira
Fez batizado e sermão
O jumento nosso irmão
Ele viu na capoeira.
Sentou no pau da porteira
Olhou para o animal
Fez o texto inicial
Que depois foi editado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.
Escutei muito baião
Tocado por Pedro Souza
Que era quase a mesma coisa
Do toque do Gonzagão.
Depois de uma infecção
O artista passou mal
Faleceu na capital
Mas aqui foi sepultado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.
Nesse vale antigamente
O povo rezava mais
Não tinha gente capaz
De mexer com penitente.
Na rua de São Vicente
Tinha banda cabaçal,
Roda de maneiro pau
E a festa de reizado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.
Quando o Santo padroeiro
Viu a torre despencando
Ficou no alto esperando
Pelo corpo de bombeiro.
Desceram o santo primeiro
Em seguida o pedestal,
Rezaram missa campal
E a banda tocou dobrado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.
Foi um dos irmãos Pinheiro
Que numa atitude boa
Deu de presente a lagoa
Para o nosso padroeiro.
Mas um grupo interesseiro
Tomou a posse ilegal
E nessa trama infernal
O santo foi deserdado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.
Não sei quem me batizou
Porque nunca fiz questão
Mas foi o frei Damião
O frade que me crismou.
Em seguida me mandou
Fazer o pelo sinal,
Na frente do pessoal
Pra ficar abençoado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.
Conheci Manoel Tetê
Oficial de justiça
Que era curto da vista
Mas teimoso como o que.
Morreu sem saber por quê
Meirinho é oficial
Mas com um ganzá de metal
Nunca molhou um mandado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.
Raimundo Lucas Bidinho
Poeta varzealegrense
Escreveu no “ Cearense “
Que não passou no moinho.
Disse que ficou sozinho
Vivendo do Funrural,
Sem ter acesso ao real
Como todo aposentado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.
Foi Antônia Cabeleira
Quem fez papel de cegonha,
Mas os cabras sem vergonha
Tratava por cachimbeira..
Ela da sua maneira
Fazia o parto normal,
Sem precisar hospital
Nem aparelho ligado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.
Num dia bem inspirado
Foi que José Clementino
Desenvolveu nosso hino
Com Mestre Antônio de lado.
Musicaram num dobrado
Deram o retoque final
E por lei municipal
Foi aceito e aprovado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.
Aqui o Sávio Pinheiro
Desenvolveu seu repente,
Rimando e salvando gente
Num projeto pioneiro.
Ganhou o Brasil inteiro
O projeto cultural,
De um poeta imortal,
Que foi nascido e criado,
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL
Tem água na região
Do açude do São Vicente,
Mas mesmo assim teve gente
Que foi contra a construção.
Gente que fez confusão
No projeto inicial,
Mas com a decisão final
Ficou feito e aprovado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.
Mundim do Vale
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Gostei da ilustração, mas faltou a autoria.
ResponderExcluirAbraço.
Mundim.