segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Pedra de Clarianã






Desde criança, lá pelas bandas do sertão cearense, escutei uma interessante história narrada por seu Alberto, antigo empregado do meu avô materno. Aquele humilde homem, de mãos calejadas pela vida de lavrador, nos intervalos de sua faina diária, contava a todos sobre a existência de um reino distante onde habitava uma linda princesa. Uma donzela, plena de virtudes e beleza, que ansiosa, de braços abertos, aguardava a chegada do seu príncipe, o próprio Alberto.



Além de possuir o coração da linda herdeira, seu Alberto também era proprietário de uma pedra de ouro. Não se tratava de uma pedrinha ou de uma pepita qualquer, era uma pedra imensa, gigantesca, a Pedra de Clarianã. Toneladas e toneladas de ouro maciço, tudo pertencente a seu Alberto. A fortuna em metal precioso transformava aquele pobre homem no mais rico da terra em todos os tempos. Tamanha propriedade espantava qualquer dúvida sobre a existência do amor distante. Claro que havia uma linda princesa encastelada esperando a chegada do príncipe Seu Alberto.



A rica imaginação daquele homem habitou por muito tempo a fantasia de inúmeras crianças. Eu, mesmo não ouvindo a história contada diretamente pelo afortunado Alberto, também viajei na lúdica narrativa da enorme pedra de ouro e da bela princesa.



Outro dia, por acaso, descobri que realmente existe uma pedra enorme com nome parecido e há anos cantada por poetas populares: a Pedra do Claranã, localizada no outro lado da chapada do Araripe, no sertão pernambucano, no município de Bodocó.

Flávio Cavalcante

Um comentário:

  1. Caro Poeta Israel.
    O aniversário é seu e quem recebe a homenagem é o blog Pedra de Clarianã(http://costacavalcante.blog.uol.com.br/).
    Adorei ver aqui a primeira e inspiradora postagem do blog.
    Muito obrigado e feliz natalício para você.

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