segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O GRILO INTELECTUAL


Quem pensa que grilo é bobo
Vai mudar de opinião
Mais astuto que um lobo
Pode mais que um leão.

Certo dia no jardim
Da casa do meu avô
Fugindo do sapo, plim!
O grilo esperto pulou.

Foi cair no parapeito
Da janela do escritório
Mais um salto e deu um jeito
De esconder-se no oratório.

Quando enfim escureceu
Começou logo a cantar
Meu avô se aborreceu
E danou-se a procurar

Quando o Vô se aproximava
O grilo parava o canto.
Muito quieto ficava
Atrás da imagem de um santo.

O Vô foi se acostumando
Com a estranha cantoria
E o deixou ali morando
A partir daquele dia.

O grilo não perdeu tempo
Fez de tudo para ler
Os livros que via, atento,
Queria mesmo aprender.

Lia poesias, romances,
Contos, estórias, comédias,
O que estava ao seu alcance,
Lia até enciclopédias.

Tornou-se um intelectual
Imagina, quem diria,
E no seu mundo animal
Espalhou sabedoria.

Ficou famoso o danado
Pela força do saber
E quem trabalhava errado
Vinha com ele aprender.

Essa história, na verdade,
Tem muito a nos ensinar:
A boa oportunidade
Devemos aproveitar.

Para crescer e subir
Na vida é preciso ler
Muitas portas vão se abrir
A quem assim proceder.

Cyro Mascarenhas

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