sábado, 4 de junho de 2011

O CASAMENTO


Leandro de Oliveira e Castro, filho de Bernardo Freires Jucá e bisavô do coronel Leandro da Barra, veio de Matacanduba, Rio Grande do Norte, para os Inhamuns, no Ceará, onde se casara com Maria Alves Feitosa, da Vargem da Onça, pelo motivo seguinte:
Leandro de Oliveira e Castro havia contratado casamento em Matacanduba com uma sua prima; porém o casamento, sendo adiado por duas vezes, passando destarte de um ano para outro, nessa fase e período de tempo sentiu-se a moça noiva de Leandro de Oliveira e Castro, grávida, sendo autor o próprio Leandro de Oliveira e Castro.
Ela, então, expôs-lhe o estado em que se via, e ponderando-lhe ser conveniente apressar, em vista disso, o casamento.
Respondeu-lhe Leandro que não mais pretendia casar-se com ela.
_Mas, Leandro,_ diz-lhe a moça, _Você me garantiu que nada receasse que se casaria comigo!...
_Já lhe disse que não mais quero casar-me consigo!...
Em vista disso a moça denunciou o caso à Justiça, sendo imediatamente Leandro de Oliveira e Castro recolhido ao Xadrez, ficando a sua ex-noiva de mês visitando-o; e, quando lá chegando dizia-lhe:
_Leandro, é das “Obras de Misericórdia” visitar os enfermos e encarcerados e ao par disso saber se você já está resolvido a casar-se comigo!...
Leandro, pelas primeiras visitas respondia-lhe:
_Se eu tivesse 10 vidas perderia todas e não me sujeitava a casar consigo.
_Pois bem, Leandro, você sabe do seu crime e tem portanto que morrer na cadeia se não se casar comigo.
Continuou, todavia, a moça, agora já mais espaçosamente, as fazer aquelas visitas, bem como aquela pergunta. Seis meses depois, ela indo à prisão de Leandro, ele diz-lhe:
_Já estou resolvido a me casar consigo...
_Está mesmo, Leandro, interrogou-lhe a moça.
_Estou que isso não é vida...
_Então, posso cuidar do nosso casamento?
_Pode que estou resolvido sair da cadeia.
_Você sai, porém não é hoje...diz-lhe, em tom sarcástico, a moça.
Narrou à família a resolução tomada por Leandro e de comum acordo com a mesma preparou-se de um tudo para o casamento, ficando logo o dia marcado em que se celebraria aquele ato.
No dia do casório dois soldados de polícia abriram a prisão de Leandro e o conduziram a uma barbearia, onde o referido se barbeou, fez cabelo e em seguida encaminhou-se até a igreja local, em que já a sua noiva o esperava com pomposo acompanhamento.
Momentos depois aproximavam-se os dois, noivo e noiva, aos pés do Pe. Para receber o matrimônio do casamento.
Perguntando o Pe. Leandro de Oliveira e Castro se levava gosto a receber por esposa a D. Fulana de Tal, ele respondeu que sim. Agora pergunta o Pe. A ela se levava gosto a casar-se com Leandro de Oliveira e Castro, ao que ela respondeu-lhe:
_Não senhor, apenas queria mostrar a este patife que não me caso com ele porque mesmo não quero...
Leandro sentindo-se por demais envergonhado e humilhado anoiteceu e não amanheceu em Matacanduba, indo para os Inhamuns, pois sabia da aconchegada amizade que seu pai tinha ali com Francisco Alves Feitosa, apesar de que não o conhecia. Leandro de Oliveira e Castro chegou aos Inhamuns desconhecido sem revelar a ninguém de que família pertencia, até que, anos depois, vindo um rapaz do pai de Leandro a casa de Francisco Feitosa, o avistou e reconhecendo-o descobriu ao coronel Feitosa de quem Leandro era filho e o motivo porque ali se achava.

Pedro Tenente
do seu livro O passado no Presente

Um comentário:

  1. Israel, eu ouvi aafalar que são dois livros. Não sei quem possui o outro.

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